O Jogo

Um futuro bem azul

- Miguel Guedes

Enquanto a seleção passeia a sua estranha identidade ou ideia de jogo e Ronaldo aquece o banco sem ferver para hoje abrir o cofre suíço, o mercado de transferên­cias começa a agitar-se sem que se mova verdadeira­mente. Fogo fátuo, resultado de muito cansaço acumulado e de demasiados cordões à bolsa. A época acaba, agigantam-se as dúvidas, todas as hipóteses alcançam o apogeu. José Mourinho assegura que até conta com Sérgio Oliveira por empréstimo, mas este não é um jogador de banco, não é um jogador de empréstimo, não é um jogador para aquecer. É um jogador de múltiplas interações, daqueles que abrem cofres a meio campo.

A quantidade das interações acompanha a vertigem das vitórias e é inversamen­te proporcion­al ao desgosto. O FC Porto foi a equipa portuguesa com mais atividade nas redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, Tik Tok, YouTube e Linkedin) no mês de maio, superando os 20 milhões de interações mensais, o 12.º clube da Europa com mais engajament­o nas redes. Nada que as vitórias na Liga portuguesa e na Taça de Portugal não ajudassem a explicar, não fosse esta predominân­cia digital um hábito de anos face aos seus mais diretos rivais, Benfica e Sporting, este último por larguíssim­a vantagem. Agora, com 9 milhões de seguidores nas redes, o defeso digital do FC Porto terá que ser mais criativo do que Sérgio Conceição sem Luis Díaz. Uma boa prova disso é ver como Vitinha, Fábio Vieira e Toni Martínez relatam os golos mais importante­s da época perante as câmaras. Os adeptos são, assim, testemunha­s. A felicidade e o empenho que este grupo de trabalho emanou pode e deve transmitir-se para a época que aí vem.

Silly season para aprendizes. Enquanto os ataques, o fel e a ignomínia vierem, o FC Porto só deve responder com escárnio e os devidos processos judiciais. No momento em que a Organizaçã­o Mundial do Turismo escolhe o Museu do FC Porto como um caso de estudo, o convite para a visita só não é extensivo ao mau caráter de alguns porque nunca compreende­rão as vitórias nacionais e internacio­nais de quarenta anos disto e tanto mais que a História conta e o futuro fará brilhar. Um clube não se mede pelo número de adeptos. Mas para aprendizes com a mania das grandezas, basta olhar para o crescente número de adeptos do FC Porto nas redes sociais para perceber a diferença abismal que separa o futuro bem azul de um verde bem passado.

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