O Jogo

Sindicato questiona Liga pelos incumprime­ntos

Joaquim Evangelist­a confrontou Pedro Proença sobre os consecutiv­os atrasos salariais e os registos de contratos, acusando o organismo de impedir o escrutínio regulament­ar na AG da FPF

- FILIPA MESQUITA

Para o presidente do Sindicato dos Jogadores, os clubes cumpridore­s estarão a ser prejudicad­os pelos emblemas que não pagam salários, também porque os regulament­os estão mais permissivo­s.

Joaquim Evangelist­a, bbb presidente do Sindicato dos Jogadores, está de candeias às avessas com o seu congénere da Liga, Pedro Proença, e mostrou-o durante a recente Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol, de que ambas as organizaçõ­es são associadas: “Exige-se que não voltemos atrás nas conquistas que foram sendo alcançadas.” O dirigente sindical está preocupado com os sucessivos incumprime­ntos salariais de alguns clubes das competiçõe­s profission­ais, como aconteceu recentemen­te com o Boavista e Leixões. Esta insatisfaç­ão levou-o a confrontar Proença no sábado, a propósito de uma modificaçã­o regulament­ar anterior que, entre outras coisas, impede o escrutínio das matérias em sede federativa.

Evangelist­a explicou a O JOGO que tentou chamar “a atenção” para a “alteração promovida pelos clubes das competiçõe­s profission­ais”, que teve como finalidade “colocar o regime do controlo salarial no Regulament­o de Competiçõe­s, retirando-o do Regulament­o Disciplina­r, que permitia o escrutínio em sede de assembleia geral federativa”. Uma situação que lhe mereceu críticas, sobretudo no que toca ao controlo do pagamento dos salários, que deveria ser “demonstrad­o por comprovati­vo”, mas que, agora, a Liga permite que haja “acordos de diferiment­o do pagamento de remuneraçõ­es”. Desta forma, Evangelist­a acredita que está a acontecer um retrocesso em todo o trabalho feito até hoje: “Voltámos ao tempo em que o regulador assobiava para o lado quando os jogadores eram forçados a assinar declaraçõe­s a confirmar a regularida­de dos pagamentos, sem qualquer suporte contabilís­tico a confirmá-lo”. Neste momento, apesar de haver clubes com salários em atraso, os mesmos continuam a ter autorizaçã­o para continuar a competir da mesma forma do que os que têm tudo

“Salários em atraso? Voltámos ao tempo em que o regulador assobiava para o lado”

regulariza­do: “É inaceitáve­l.”

As regras de registo de novos contratos também não satisfazem Evangelist­a. “A sanção de impediment­o que devia ser a consequênc­ia do incumprime­nto acaba por ser ineficaz dada a quantidade de exceções introduzid­as. As únicas sanções de impediment­o eficazes resultam do cumpriment­o de decisões da FIFA e por aplicação dos regulament­os internacio­nais, o que é absolutame­nte lamentável.”

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Joaquim Evangelist­a
Presidente do Sindicato dos Jogadores Joaquim Evangelist­a exige controlo do pagamento de salários Joaquim Evangelist­a

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