O Jogo

Caso Palhinha foi arquivado

Processo data de fevereiro de 2021, quando o médio não cumpriu o castigo por quinto amarelo

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Atleta foi ao Tribunal do Desporto, colocando uma medida cautelar para um tribunal civil de modo a jogar contra o Benfica. Conselho de Disciplina diz que sanção só era possível se fosse o clube a recorrer.

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol anunciou ontem o arquivamen­to do caso João Palhinha, um processo que remonta a 11 de fevereiro de 2021, sendo relativo a uma sanção que o médio do Sporting não cumpriu no campeonato de 2020/21, já que recorreu a um tribunal civil para anular a suspensão por quinto amarelo. O caso deu muito que falar por ter surgido numa fase decisiva da época, sendo que Palhinha, indiscutív­el no Sporting, jogou mesmo o dérbi contra o Benfica, isto porque o internacio­nal luso apresentou recurso para o Tribunal Arbitral do Desporto e com a medida cautelar para o Tribunal Central Administra­tivo do Sul acabou por ir a jogo.

O processo de inquérito foi instaurado em fevereiro do ano passado, um dia após a respetiva participaç­ão, depois do quinto cartão amarelo exibido a Palhinha no Bessa, que o árbitro Fábio Veríssimo viria a admitir que lhe mostrara erradament­e. Apesar disso, seguiu-se uma batalha entre Sporting e Federação Portuguesa de Futebol, na qual o Supremo Tribunal Administra­tivo deu razão à FPF, ainda que tenha isentado o jogador de qualquer castigo, decisão que surpreende­u.

Em comunicado, o Conselho de Disciplina afirma que a abertura do processo se deveu a um “eventual recurso aos tribunais estaduais e eventual participaç­ão/utilização irregular de jogador”, admite que existiram condutas “desvaliosa­s”, mas que o “regulament­o só permite sancioname­nto quando o recurso para os tribunais comuns é interposto pelo clube”.

Este foi o ponto central para que o processo fosse inconseque­nte, isto porque apesar de o Sporting “ter beneficiad­o quer da interposiç­ão quer da decisão”, foram os advogados de Palhinha que moveram o processo e, por tal, desviou-se de mais problemas, tal como O JOGO explicara à data dos factos. No comunicado, o Conselho de Disciplina deixou críticas à comissão de instrutore­s da Liga e lembrou que os clubes é que aprovam o Regulament­o Disciplina­r.

Palhinha invocou não ter sido ouvido pelo Conselho de Disciplina e foi a partir dessa alegação, considerad­a contrária à Constituiç­ão pelo Tribunal Constituci­onal, que decidiu recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto. O caso que agora é arquivado ditou uma mudança na Federação, pois agora os jogadores e os clubes podem contestar os relatórios de jogo e apresentar­em a sua defesa em processos sumários.

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