O Jogo

Filhos da terra

- Romão Afonso

Terminou o maior campeonato em Portugal, 1123 jogos depois. União Sport Clube Paredes é o grande vencedor. Vitória no mítico estádio do Jamor perante a belíssima equipa do Fontinhas. Mas, comecemos pelo fim. Na conferênci­a do final do jogo, pelos vencedores, treinador e capitão deixaram palavras e aos jornalista­s. No entanto, míster Eurico e Amadeu tinham algo diferente, e talvez único, em comparação com dezenas que já ali estiveram sentados: venceram pelo seu clube! Não confundam com “um clube de que gostam.” Não! Aquele é o clube deles, da sua cidade, dos seus amigos, dos seus familiares. E isso muda tudo! Amadeu, defesa central (que incrível época, já agora) é o testemunho mais flagrante de tal singularid­ade. O CdP é, sem qualquer dúvida, das competiçõe­s mais difíceis de vencer. Não falamos só pela qualidade, mas pela dimensão. São raros os jogadores que têm no currículo este título. Amadeu, aos 27 anos, tem dois! Em 2014 venceu pelo Freamunde e agora, oito anos depois, faz a dobradinha. Essa belíssima singularid­ade é ter ganho pelo seu clube e, se dúvidas houvesse, ele não deixou nenhuma, dizendo que, apesar de serem as duas muito especiais, esta, com o seu clube, com os seus amigos e vizinhos, tem outro sabor. No entanto, não é o único paredense. No plantel há mais sete jogadores naturais de Paredes: Danny, Gil Barros, Breno Pais, Henrique, Piquet, Ema e Madureira. Talvez o plantel com mais jogadores “da terra” de todo o campeonato e...deu certo. Esta é a fórmula que defendemos. Sabendo que só os “santos da casa” não fazem milagres, preciso ir buscar gente fora. No entanto, alguns santos, vestindo a sua camisola, mesmo às vezes tendo menos qualidade, compensam suando em dobro aquele símbolo que é deles e mais ninguém. Parabéns ao Paredes e a todos que fizeram mais uma edição brilhante do Campeonato de Portugal

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