O Jogo

“JOGO SERÁ RESOLVIDO NO ÚLTIMO TERÇO”

Selecionad­or alertou para um adversário mais defensivo do que a Suíça e a Espanha, contra o qual Portugal terá de ter mais “paciência para encontrar espaços”

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O treinador nacional admitiu fazer algumas mudanças, mas lembrou que a equipa teve mais um dia de descanso para a receção à Chéquia do que teve quando defrontou os helvéticos.

MIGUEL GOUVEIA PEREIRA

Fernando Santos apresentou-se bbb bem-disposto e com sentido de humor na antevisão do jogo com a Chéquia, um adversário que partilha a liderança do Grupo A2 com Portugal e contra o qual a equipa terá de ser mais paciente na procura do golo. No Euro’2020, aquando da eliminação com a Bélgica, falou da dificuldad­e em defrontas equipas com três centrais. Que antídotos arranjou desde então para tentar vencer a Chéquia, que joga nesse sistema? —Vamos encontrar uma equipa que defende de maneira diferente da Alemanha ou Bélgica, por exemplo. A Chéquia joga em 5x4x1 e em transição ofensiva em 3x4x3. É muito compacta, organizada, joga num espaço de 20/25 metros. Pega na bola na zona do meio-campo, sobe e desce sempre junta. Na zona central haverá grande concentraç­ão de jogadores, será preciso ter paciência para encontrar os momentos certos e os espaços. É uma equipa que tem um processo muito simples a atacar, é forte nas transições e joga em ataque rápido.

Tendo em conta que estamos no final da temporada, este jogo será mais desafiante para os jogadores, dado que têm de jogar em espaços mais reduzidos?

—É um adversário diferente que nos vai colocar questões distintas. Não é como as equipas de posse, que tentam organizar. Certamente não vai haver tantas oportunida­des para explorarmo­s o espaço em profundida­de.

Mantém sempre quatro ou cinco jogadores atrás, são pouco desequilib­rados nesse aspeto. É um jogo em que temos de estar muito atentos. Não é mero acaso o facto de terem empatado com a Espanha e vencido a Suíça. Nestas partidas é muito importante a criativida­de individual, é um jogo que será muito resolvido no último terço. Esta qualidade de um passe a rasgar ou um drible vai marcar a diferença e espero que o façamos bem.

Contra a Suíça fez seis alterações. Para este jogo, teremos um número de mexidas semelhante­s?

—Temos mais 24 horas, são circunstân­cias distintas em relação ao último jogo. Nesta fase da época, 72 horas marcam a maior dificuldad­e de recuperaçã­o, mas para este temos 98. Depois vamos ter um jogo novamente com 72, e a gestão será feita de acordo com o que eu acho que é importante, e com o que entendo que deve ser feito para abordar um jogo destas caracterís­ticas. Essa gestão depois pode ser feita com alguns a jogar 50/60 minutos, depois jogar menos em outro. A equipa que inicia o jogo é que demonstra o que é a gestão. Analisando os resultados de outras seleções nesta

prova, considera que a gestão de Portugal tem sido a mais inteligent­e?

—O que eu acho é que é muito importante que haja rotativida­de para gerir bem o esforço e ter consciênci­a que temos muita qualidade, que os jogadores podem alternar e o jogo não vai perder muito. Claro que têm caracterís­ticas diferentes, mas fazer mudanças radicais não é bom. Se tivéssemos entrado aqui só para pensar em algo mais futuro isso se calhar fazia todo o sentido, mas há uma grande responsabi­lidade aqui.

“É importante que haja rotativida­de para gerir bem o esforço e ter consciênci­a de que temos muita qualidade”

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A QUALIDADE INDIVIDUAL PODE FAZER A DIFERENÇA
ADMITE O SELECIONAD­OR
Fernando Santos chega hoje a uma marca redonda de cem jogos ao comando da Seleção Nacional
CRIATIVIDA­DE: A QUALIDADE INDIVIDUAL PODE FAZER A DIFERENÇA ADMITE O SELECIONAD­OR Fernando Santos chega hoje a uma marca redonda de cem jogos ao comando da Seleção Nacional

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