O Jogo

Fernando Santos “Vai para minha casa, mas é de todos nós”

Selecionad­or nacional completou, ontem, uma centena de jogos no banco de Portugal e levou para casa um troféu que o enche de orgulho e no qual vê refletida a união desta equipa

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O treinador sisudo, ansioso por um cigarro, sorriu ao explicar o que vê quando olha para o troféu do jogo 100, grato a Fernando Gomes, ao talento dos jogadores e a todos os que dão corpo à Seleção.

MÓNICA SANTOS

“Quem vai jogar na Suíça é o Rui Patrício” “Bernardo Silva, quando no seu apogeu de forma, segurament­e, está nos dez melhores do mundo”

“Importante é o que conquistám­os e seria mais importante vencer um Campeonato do Mundo”

Quando acabou, apetecia-lhe bbb um cigarro, mas o prazer desaconsel­hado teve de esperar. Havia as entrevista­s e ainda o troféu dos 100 jogos no banco de Portugal, que o presidente Fernando Gomes guardou para o fim da noite com a Chéquia. “Antes, nem queria ouvir falar nisto”, contou Fernando Santos, a rir do temperamen­to que tantas vezes o mostra carrancudo :“E usou assim, paciência .” Olhar para o troféu fê-lo sorrir. “Cem jogos, duas grandes vitórias para Portugal, Campeonato da Europa e Liga das Nações, para mim é isso. Claro que me enche de orgulho. Humilda de amaisé presunção, já a minha avó me dizia, e eu de presunçoso tenho pouco e humilde sou q.b.”, afirmou, antes de explicar a verdadeira dimensão do troféu, que ultrapassa o “orgulho” numa “longa carreira como jogador e treinador.” “Isto que está aqui não é meu. Quer dizer, meu é, vai para a minha casa, mas tem muito a ver, em primeiro lugar, com o presidente. Há oito anos, quando eu tinha oito jogos de castigo, convidou-me, assumiu esse risco”, lembrou, e depois estendeu-o a “todo o staff da Federação”, todos os que “foram sempre acreditand­o,emconjunto”,e“principalm­ente, os jogadores”: “Sem eles, sem os golos, a criativida­de, a capacidade deles, não ganhava ou ganhava menos vezes e já não estava aqui a fazer 100 jogos.”

Os últimos 90 minutos do jogo centenário conduziram a um triunfo “mais do que justo” sobre a Chéquia, sempre sob controlo, mas só “a partir dos 20 minutos” com “outra profundida­de, objetivida­de, movimentos intermédio­s muito bem conduzidos” que levaram ao 2-0. No segundo tempo, “o jogo baixou muito de ritmo” e “notou-se algum cansaço”, que Fernando Santos terá de gerir com a Suíça. “Vamos ter de ver. Nalguns não se nota tanto, noutros nota-se mais. O Bernardo, por exemplo, quando saiu, já estava a ficar com as pilhas gastas”, exemplific­ou. Enquanto teve energia, o atacante do Manchester City fez duas assistênci­as: “Quando está no seu apogeu de forma, segurament­e que está nos dez melhores do Mundo.”

Apesar da quebra, “Portugal foi claramente dominador, fez dois golos, criou cinco, seis, sete oportunida­des de golo e poucas seleções conseguirã­o fazer isto nesta fase da época, é muito difícil”, defendeu Fernando Santos, que já pensa no jogo 101, com a Suíça, e, com “dois grandes guarda-redes” na equipa, já decidiu que “quem vai jogar é o Rui Patrício.”

“Estamos em primeiro, em excelentes condições. Grupo está em aberto, vai decidir-se em setembro”

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Fernando Gomes, líder da FPF, entrega a Fernando Santos troféu pelos 100 jogos

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