UM SALTO GIGANTE FEZ A DIFERENÇA
Em 12 jornadas, o Chaves fez 30 pontos e relançou a corrida pela subida
A caminhada foi dura, mas valente para Vítor Campelos e companhia. Por pouco, o sonho do regresso morria, não fosse a resiliência de uma equipa que acelerou no momento certo até ao play-off.
Chaves volta a constar no bbb mapa do escalão principal do futebol. Três anos depois, Trás-os-Montes regressa aos roteiros das 18 equipas que compõem a I Liga e estica a amplitude geográfica do futebol sempre muito concentrado no litoral. A principal bandeira de uma região distante, mas, agora, mais próxima graças à melhoria das vias rodoviárias, fez jus à resiliência transmontana, ao superar as expectativas pessimistas de uma forma extraordinária.
É verdade que o Chaves partiu para a época finda com o estatuto de candidata à subida. No entanto, o trajeto foi tão sinuoso quanto as antigas curvas da serra do Marão. Em novembro, o 11.º lugar fez com que muitos duvidassem da capacidade da equipa de Vítor Campelos em arrepiar caminho. À décima jornada, ou seja, praticamente, em cima do primeiro terço da II Liga, os flavienses estavam a dez pontos de distância do Benfica B, na altura líder, e a seis do Feirense, outro forte candidato ao regresso à I Liga. “Queríamos ter subido diretamente. Mas, se fizermos uma retrospetiva, em novembro, se dissessem que o Chaves nesta altura ia estar no play-off, pouca gente acreditaria nisso. Fizemos uma recuperação fantástica a todos os níveis”, disse Vítor Campelos, na véspera da primeira mão do jogo decisivo com o Moreirense.
Vontade não faltava em dar a volta, porém, o futebol envolve uma série de fatores aleatórios que escapam ao controlo. Vítor Campelos conseguiu, ainda assim, operar uma revolução no balneário: entre a 13.ª terceira a jornada e a 25.ª somou 30 pontos (nove vitórias e três empates). O percalço com o Penafiel foi imediatamente retificado e, daí para a frente, o Chaves só perdeu mais uma vez e com o Rio Ave, de resto o campeão da II Liga. O balanço é ainda mais brilhante pelo facto de Vítor Campelos fechar o campeonato com apenas uma derrota em casa.