O Jogo

Em futebol, todos os minutos contam U

- Jorge Maia jorge.maia@ojogo.pt

Portugal cometeu o erro de entrar a dormir no jogo de ontem e acabou por entregar a primeira parte numa bandeja aos suíços. A reação, depois do intervalo, prova que a história podia ter sido outra ma das vantagens da Liga das Nações é trocar datas que eram demasiadas vezes preenchida­s por amigáveis sem graça por duelos entre equipas do mesmo calibre. Ora, frente a equipas do mesmo calibre, os erros pagam-se caro. Portugal cometeu um erro, ontem, frente à Suíça, ao não perceber que o jogo começa logo que o árbitro apita. Quando acordou desse torpor inicial já estava a perder, compromete­ndo qualquer hipótese de ver a estratégia que Fernando Santos tinha desenhado para o jogo resultar, acabando por entregar a primeira parte numa bandeja aos suíços. A boa notícia, se quisermos muito espremer uma da derrota sofrida ontem, é que a Seleção foi capaz de reagir. Há 20 remates contra 5 dos suíços, 49 ataques contra 27, 10 cantos contra zero e duas defesas de Patrício contra oito de Omlin, algumas delas verdadeira­mente miraculosa­s, que servem para prová-lo. Claro que o que conta são as bolas que entram na baliza, mas os números acima demonstram que o resultado de ontem foi bem pior do que a exibição, o que suporta o “ainda dependemos de nós” que Fernando Santos suspirou no final do encontro. Em setembro há mais dois jogos, um fora contra a Chéquia e outro em casa frente à Espanha. Sem a pressão de gerir esforços que se colocava agora, Portugal pode apresentar aí a sua melhor versão, mais próxima daquela que bateu os suíços e os chéquios em Lisboa do que desta que acordou tarde e a más horas para o jogo. Ora, se houve alguma coisa que estas duas semanas de Liga das Nações mostraram, para lá da enorme quantidade de talento à disposição de Fernando Santos, é que a melhor versão de Portugal não tem nada a temer de nenhum adversário. Desde que não entre nos jogos a dormir, claro.

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