“ENTREGUEI-ME AO CLUBE”
Ao fim de cinco temporadas, e com seis troféus conquistados, Paulo Freitas termina o seu ciclo no Sporting e diz sair grato e de consciência tranquila
Treinador que devolveu o Sporting aos grandes títulos revelou “gratidão” no discurso de despedida e só lamentou não lutar por um último troféu. Aos 53 anos, espera um convite e diz-se “preparadíssimo”.
CARLOS MANUEL LOPES
O escaldante dérbi de domingo, entre Sporting e Benfica, que os encarnados venceram no prolongamento (5-7), marcou a despedida de Paulo Freitas do comando técnico dos leões. Numa conferência de imprensa diferente, sentado ao lado do treinador dos encarnados,NunoResende,aproveitou para se despedir.
Em cinco temporadas e três meses, com a pandemia pelo meio, o técnico venceu duas Ligas Europeias, duas Taças Continentais e dois campeonatos. Foram 194 jogos, com 143 vitórias. “Nunca pensei nesses números, mas agora vou descansar um pouco e terei, certamente, tempo para pensar nisso”, referiu o treinador de 53 anos, que devolveu o Sporting às conquistas. “O importante para mim é sair de consciência tranquila. Desde o primeiro dia entreguei a vida a este clube. Saio com ambições renovadas. Ajudei a construir, ajudei a ganhar e por isso vou muito satisfeito. Saio triste, obviamente, porque achei ter condições para discutir este título. Não conseguimos e há que dar os parabéns ao adversário e desejar que seja uma grande final”, afirmou.
Em jeito de balanço, Paulo Freitas agradeceu a oportunidade. “Um enorme obrigado ao Sporting. Estou muito grato pela oportunidade e pela forma como toda a gente me acarinhou. A nossa vida é um processo de aprendizagem e saio preparadíssimo para tudo”, sublinhou.
“O sentimento de gratidão é um valor muito importante, que sempre passei aos meus filhos. Posso não ter agradado a toda a gente, mas defendi intransigentemente os interesses do Sporting”, continuou. “Os melhores momentos foram as vitórias, os títulos e o carinho com que sempre fui recebido. Os piores, aqueles em que não conseguimos atingir objetivos. Neste trajeto aconteceram, felizmente, muito mais coisas positivas do que negativas. Não fizemos tudo bem feito, mas esta gente deixou a pele em pista. Gosto genuinamente dos meus jogadores e não tinha a noção de que eles também gostavam tanto de mim”, rematou Freitas, que agora vai esperar... que o telefone toque.