UMA PISCINA DE ALEGRIAS
JOGOS DO MEDITERRÂNEO Em Oran, a natação continua a aumentar o medalheiro nacional. Com as pratas de Ana Rodrigues e Miguel Nascimento, já lá vão 23 pódios
A 22.ª e a 23.ª medalhas de Portugal nos Jogos do Mediterrâneo foram conquistadas por Ana Pinho Rodrigues e Miguel Nascimento. A primeira ficou perto do recorde nacional, ele superou-o.
Quase no cair do pano dos 19.ºs Jogos do Mediterrâneo, em Oran, Portugal continua a somar medalhas, só faltando uma para repetir o total obtido em Tarragona, há quatro anos, que é o objetivo traçado desde o início pelo Comité Olímpico de Portugal. A faltarem oito provas de natação, a participação em florete na esgrima e a discussão do bronze no andebol feminino, a meta está ao alcance nos dois dias que restam, mas o balanço já é positivo só pelo número de ouros (seis). Ontem não houve nenhum, mas essa não era a sensação de Ana Pinho Rodrigues e Miguel Nascimento, que diziam ter conquistado pratas “com sabor a ouro”.
Na piscina do Complexo Olímpico de Oran, de onde já saíram sete pódios nacionais, Ana Rodrigues cumpriu os 50 metros bruços em 31,36 segundos, muito próxima do recorde nacional que lhe pertence (31,23s), retirando conclusões animadoras. “Temos o Campeonato da Europa em breve. Ainda não estou completamente descansada, mas já ficar a uma décima do recorde nacional e pessoal é um excelente indicador para daqui a um mês estar a nadar abaixo desse tempo ou, quem sabe, dos 31 segundos”, estabeleceu a atleta da Escola Desportiva de Viana.
Já Nascimento, nos 50 livres, agarrou a prata e estabeleceu mesmo um novo máximo de Portugal. Quarto mais rápido nas eliminatórias, o nadador do Benfica surpreendeu com a melhoria para a final, concluindo a prova em 22,01 segundos e melhorando o registo anterior que lhe pertencia (22,16s a 22 de dezembro do ano passado e em abril deste ano). Pelos festejos com os colegas logo se percebeu que era um pódio muito ambicionado, numa fase em que está em contagem decrescente para o Europeu e para a paternidade – os dois momentos até podem coincidir! “Está a ser um ano completamente especial para mim. Vou ser pai em agosto. Principalmente nesta altura, isto tem muito significado. Estava a precisar, para me motivar e ambicionar mais para o futuro”, declarou o atleta de 27 anos, explicando que, na obtenção do novo recorde, se limitou a tentar melhorar o que falhou de manhã.
Tanto Rodrigues como Nascimento ainda deram o seu contributo nas estafetas (4x100 estilos), vertente que volta a ser aposta da Seleção Nacional, sendo com naturalidade que em ambas também se bateram recordes nacionais. Rodrigues, Camila Rebelo, Mariana Sousa e Francisca Martins foram quartas com 4m07,57s (bem menos do que os 4m12,62s de Camila Rebelo, Victoria Kaminskaya, Ana Catarina Monteiro, Francis
“Estar a uma décima do recorde nacional e pessoal é um excelente indicador para daqui a um mês estar abaixo” Ana Rodrigues Prata nos 50 bruços
“Está a ser um ano completamente especial para mim, vou ser pai em agosto. Estava a precisar disto para me motivar” Miguel Nascimento Prata nos 50 livres
ca Martins em 2020), enquanto João Costa, Gabriel Lopes, Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento acabaram em quinto (3m37,50s), batendo um máximo já antigo (3m40,19s por Pedro Oliveira, Carlos Almeida, Simão Morgado e Tiago Venâncio, em 2012). “Estamos a tentar pôr maior foco na estafeta, a tentar que seja tão importante como o individual. Fizemos todos uma prestação brilhante. Não deu para a medalha, mas cumprimos os tempos pretendidos. Da manhã para a tarde melhorámos 10 segundos”, sublinhou Nascimento.