Objetivos, planos e desejos de Proença
Consta que um objetivo sem um plano é apenas um desejo. Em dia de sorteio das competições profissionais, Pedro Proença assina um artigo em O JOGO onde traça uma série de objetivos ambiciosos para a temporada 2022/23 e mais além. Faltam detalhes sobre os planos para os atingir - uma página não chegaria para os apresentar - mas a maior parte deles são demasiado importantes para não passarem de desejos. Combater a morosidade processual, por exemplo, tem de ser uma prioridade. A profissionalização dos elementos que compõem a Comissão de Instrutores, apontada por Proença como parte de um novo modelo de funcionamento pode ajudar, mas parece evidente que parte do problema resulta das condicionantes criadas pelos próprios regulamentos e do excesso de litigância. Tanto uns como o outro dependem dos clubes. Devolver o público aos estádios também é fundamental. Baixar os preços dos ingressos é um passo no bom sentido, mas a alteração dos horários dos jogos merecia mais do que uma referência tímida, que se compreende dada à importância que as transmissões televisivas têm na economia do futebol português e a palavra decisiva que os detentores dos direitos têm sobre o assunto. Também o combate aos comportamentos violentos é decisivo, embora o presidente da Liga não especifique de que forma a nova Direção de Segurança que anuncia o fará, esperando-se que tenha uma eficácia e um prazo de validade mais alargado do que o falhado “cartão do adepto”. Alterar quadros competitivos, avançar na centralização dos direitos televisivos… são muitos e ambiciosos os objetivos de Pedro Proença. Se os clubes e restantes parceiros vão ajudá-lo a concretizar os respetivos planos, pois é o que se deseja.