O Jogo

UMA MISSÃO QUE FICA NA HISTÓRIA

JOGOS DO MEDITERRÂN­EO Portugal chegou às 25 medalhas em Oran, reforçando o êxito de uma equipa que teve um desempenho único na natação

- Enviada especial em Oran [Argélia] ●●● CATARINA DOMINGOS

Da piscina de Oran saíram nove pódios, os últimos de Camila Rebelo e Raquel Pereira. Foi a ajuda decisiva para garantir Portugal no top-10 e com todos os registos do Comité Olímpico superados.

O desempenho obtido em Tarragona, na primeira participaç­ão de Portugal nos Jogos do Mediterrân­eo, foi definitiva­mente ultrapassa­do em Oran, na Argélia, com o ouro e o bronze de Camila Rebelo (100 costas, com 1m01,92s) e Raquel Pereira (200bruços,com2m28,35s), respetivam­ente, nas últimas quatro finais de atletas nacionais.

Faltando o jogo pelo bronze do andebol feminino, hoje frente à Sérvia (9h00), no derradeiro dia do evento, a Missão chegou às 25 medalhas (sete ouros, 10 pratas e oito bronzes), mais uma do que em 2018, quando se fez representa­r por 221 atletas, bem mais do que os 158 desta edição. E ficou muito acima dos registos em Jogos Olímpicos (recorde de quatro medalhas) e Europeus (15).

A superação dos registos de há quatro anos, tanto em número de pódios como no lugar do medalheiro (9.º, acima do 13.º), deveu-se em muito à evolução da natação, modalidade presente com 16 atletas (sempre em grupo nas bancadas da piscina do Complexo Olímpico) e a que foi a mais medalhada. Sem os ouros de Diogo Ribeiro (50 mariposa) e Camila (200 costas e 100 costas), Portugal cairia para 14.º entre os 26 participan­tes. “Não estávamos à espera de tanto. A expectativ­a era representa­r bem o país, mas esta não é a competição final da época. Era difícil prever que todos estariam no auge”, explicou-nos Alberto Silva, técnico mais conhecido como Albertinho.

Contratado pela Federação Portuguesa de Natação após Tóquio’2020, o brasileiro, que tem como cartão de visita as medalhas olímpicas de César Cielo (bronze nos 50 livres) e Thiago Pereira (prata nos 400 estilos) em Londres’2012, relata que “não encontrou falta de trabalho” em Portugal, mas insiste na ideia de “somar forças” como o caminho a seguir. “Este evento vem celebrar uma nova perspetiva: se estivermos unidos como uma equipa, podemos mais. É esse o recado que fica. O que um está a fazer no Norte, pode ser agregado ao do Centro ou do Sul do país. Cada um quer melhorar a sua equipa, o seu grupo, mas compartilh­ando toda a gente cresce. Esse é um ponto. Depois, é preciso quebrar o paradigma. Sonhar alto, médio ou baixo tem o mesmo custo. Vamos sonhar alto e inspirar-nos no que aconteceu aqui”, apelou o brasileiro. Na Argélia, diz que viu “uma mescla muito boa” entre “a experiênci­a dos nadadores mais velhos e a atitude dos mais novos”.

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