“É aproveitar até ao último minuto”
Suzane Pires, 29 anos, chamada a substituir Andreia Jacinto, deixou o filho a torcer por ela e embarcou com ambição no sonho europeu de Portugal
Para muitas futebolistas, ser mãe representa ainda um ponto de interrogação na carreira. A médio do Ferroviária (Brasil) passou por essa “bênção” e voltou ainda mais decidida a ser feliz na modalidade.
MÓNICA SANTOS
A médio-ofensivo lusobrasileira ●●● Suzane Pires, 29 anos, já participou, ontem, no treino da Seleção Nacional feminina na academia do Manchester City com vista ao primeiro jogo do Grupo C, amanhã, com a Suíça. Chamada para substituir Andreia Jacinto, juntou-se à equipa de Francisco Neto animada pela oportunidade que se abre e inspirada pelo sorriso do filho, no aeroporto, antes de embarcar rumo ao Europeu. “Ele estava muito feliz e isso dá-me muita alegria para estar aqui também”, contou.
Para as futebolistas, a maternidade representa ainda um momento de incerteza relativamente à carreira. No caso de Suzane Pires, essa “bênção que é ser mãe” fê-la apreciar ainda mais a profissão: “Durante o tempo em que fiquei fora, na gravidez, não sabia se ia voltar a jogar ou não, e sempre pensava que devia ter aproveitado todos os jogos ao máximo, não ter deixado a ansiedade tomar conta de mim. Éisso que tento sempre colocar na minha cabeça: aproveitar até ao último minuto porque a gente nunca sabe quando vai ser o último jogo”.
Inês Pereira desvenda a Suíça
É com a mesma disposição que se apresenta, por estes dias, a guarda-redes Inês Pereira, 23 anos, ansiosa por “começar a jogar”. Depois de um ano na baliza do Servette - segundo classificado na liga, com o título ganho pelo Zurique, nos penáltis -, a estreia no Europeu reserva-lhe o encontro com caras conhecidas da liga suíça. O adversário “vai trazer muitos problemas”, avisou: “É uma equipa muito aguerrida, vem para fazer o melhor possível”.
Quanto a Portugal, é hoje uma “seleção muito mais madura”, depois do Europeu de 2017, e esse tem de ser um trunfo nos momentos mais duros: “É superimportante começarmos com os três pontos, mas não podemos pensar que, se as coisas não correrem como nós queremos o mundo está perdido”.