POGACAR ARRASA CEDO
Na etapa mais longa da Volta a França, o bicampeão arrancou pujante no muro de Longwy e ganhou. Veste a amarela ainda antes de a prova entrar nas montanhas.
Em 48 dias a competir no Tour, o esloveno já soma sete triunfos, estando, cada vez mais, a confirmarse dominador em todos os terrenos. Rivais responderam bem antes da Planche des Belles Filles.
Na quarta-feira, Tadej Pogacar ganhou 13 segundos aos principais rivais por atacar no empedrado, ontem voltou a conquistar avanço, novamente com os dotes de classicómano que também apresenta. Nas pendentes íngremes de Longwy, o líder da UAE Emirates arrancou na roda do colega Brandon McNulty e bateu favoritos, trepadores e até sprinters. Foi a sétima vitória de Pogacar em 48 dias de competição na Volta a França e o bicampeão nem precisou de montanhas ou contrarrelógios para fazer diferenças. Somou dez segundos de bonificação, o bastante para herdar a camisola de líder da corrida, pois Van Aert atrasou-se por ter andado em fuga e Neilson Powless, norte-americano que ansiava herdar a amarela, foi surpreendido.
“Estava à espera da Planche des Belles Filles, mas aproveitei o momento”, explicou o esloveno depois de bater Matthews e Gaudu com um ataque à entrada da reta da meta, admitindo que a ascensão de hoje tem um encanto especial: foi lá que, em 2020, ganhou o contrarrelógio na etapa 20 e virou o Tour. “Gosto muito dessa subida, trazme boas recordações. Será ainda mais especial, porque a minha família e a minha namorada estarão na estrada. O facto de ir de amarelo não muda nada. Tenho confiança em mantê-la, mas se houver uma fuga numerosa e nos tirarem a liderança não será um desastre”.
Nairo Quintana, Bardet, Adam Yates, Martínez, Powless e Vingegaard chegaram com o tempo de Pogacare são os rivais mais próximos. Fuglsang, da Israel, esteve na fuga, o que levou a UAE a perseguir todo o dia, e o dinamarquês, apesar do esforço, só cedeu cinco segundos. Tantos quantos Geraint Thomas, numa subida longe da sua especialidade, e Vlasov, que caiu, demorou a recuperar posição e pagou a fatura. Apesar da força de Pogacar, está tudo em aberto pela amarela no início da montanha.
Rúben Guerreiro terminou no 96.º posto, mas com o tempo retificado, ficando a um minuto de Pogi. Nelson Oliveira perdeu quatro.