ESTÁ A SER DIFÍCIL TIRÁ-LOS DO SOFÁ
Um estudo do IPAM acerca da forma como os adeptos interagem com os clubes de futebol aponta a televisão como a bancada mais procurada
Inquérito online a 1169 indivíduos contraria a ideia de que no coração dos adeptos só há lugar para um clube: 58 por cento garante haver espaço para mais. A influência da família pesa na escolha.
“Gostas mais do pai ou da mãe?”Quemtemestapergunta como a mais desconfortável da infância, seguramente, não cresceu numa daquelas famílias em que levar a criança a proclamar que determinado clube é o maior é um desafio coletivo a raiar a obsessão. Um estudo do Barómetro & Observatório da Liga e do IPAM conduzido pelo Instituto Português de Administração e Marketing demonstra que essa pressão resulta: é a família que desperta o interesse naquele que vem a ser o clube do coração. Desmente, contudo, a ideia de que só há espaço para um emblema - ou uma cor, “o azul e branco”, como é sobejamente conhecido: 58 por cento dos inquiridos são adeptos de mais do que uma equipa portuguesa; a segunda favorita tende a ser a da terra natal (36 por cento); quanto à primeira, 58 por cento diz ter sido cativado pela família. Mais difícil do que conquistar-lhes a afeição, porém, é levá-los ao estádio e convencê-los a fazerem-se sócios. A bancada preferida é mesmo o sofá.
O estudo das formas de interação dos adeptos com os clubes de futebol foi conduzido através de inquéritos online: entre 13 de maio e 7 de junho, 1169 indivíduos residentes em Portugal e maiores de 18 anos, 70 por cento do sexo masculino, 48 por cento da faixa etária entre os 18 e os 34 anos ajudaram a perceber melhor esta relação, que tem muito por onde crescer: apesar da ligação afetiva, 68 por cento não são sócios; dos que são, 39 por cento é-o há mais de 21 anos. Para a Liga e as sociedades desportivas que dão corpo aos campeonatos profissionais fica o desafio de encher os estádios, uma vez que apenas 25 por cento dos inquiridos diz assistir aos jogos no estádio do clube que tem como principal. É pela televisão, seja através de canais pagos (47 por cento) ou generalistas (27 por cento) que assistem aos jogos de futebol. A Liga “fará um estudo mais aprofundado” sobre esta matéria.