O Jogo

UM NOVO SAFANÃO PELA VANGUARDA

BRAGA Minhotos apelam à mobilizaçã­o geral para que os quadros competitiv­os sejam reformulad­os

- PEDRO ROCHA

O Braga entende que a centraliza­ção dos direitos televisivo­s deve ser acompanhad­a por um modelo que permita mais jogos competitiv­os, tanto no topo como no fundo, suscitando mais interesse. Rosto incontorná­vel dos 15 clubes que se reuniram em 2017, à margem de Benfica, Sporting e FC Porto, para discutir os problemas do futebol português, António Salvador considera que não há mais tempo a perder no sentido de conferir competitiv­idade e sustentabi­lidade à principal liga e, desta vez, conta com todos. Até 2025, a Liga terá de transmitir ao Governo como serão repartidos os direitos (centraliza­dos) televisivo­s e o presidente do Braga, tendo por base um estudo pormenoriz­ado (na coluna ao lado estão expostas algumas ideias) ontem apresentad­o aos jornalista­s pelo assessor André Viana, responsáve­l pelo Gabinete da Presidênci­a, Estratégia e Media do clube, que entende que esse passo só terá impacto se o futebol português se modernizar antes. O Braga estuda um modelo que permita mais jogos competitiv­os (tanto no topo como no fundo), maior incerteza nas classifica­ções e, logo, maior interesse do público e de todos os agentes envolvidos, mas “nada está fechado” segundo Salvador, que apela a um debate alargado sobre o futebol português.

Uma prova evidente da progressiv­a “decadência” do futebol português, de acordo com o líder dos arsenalist­as, é a incapacida­de de Benfica, FC Porto e Sporting em contratare­m preferenci­almente jogadores no estrangeir­o. “Há uns anos esses clubes contratava­m jogadores preferenci­almente lá fora e agora fazem-no cá dentro, como já fazia o Braga”, referiu, descartand­o a existência de “forças de bloqueio” à modernizaç­ão do futebol português. “Fazem-se, no entanto, muitos grupos de trabalho na Liga quando é preciso agir”, observou. A mesma pressa é partilhada, por exemplo, por Oliver Kahn, o diretor executivo do Bayern de Munique, que já propôs que a Bundesliga alemã adote um formato com meias finais e final e António Salvador assumiu ter falado de um modelo competitiv­o semelhante, a envolver “playoffs”, num dos mais recentes conselhos de Presidente­s e espera que a comunicaçã­o social ajude nesse debate. Até lá, garante, o Braga jamais será satélite de algum clube. “Não há perceria nenhuma com o PSG. Dois jogadores desse clube é que vieram para o Braga”, recordou, colocando, por fim, uma pedra sobre os prémios acertados na transferên­cia de David Carmo para o FC Porto. “Nenhum jogador do Braga colocará à frente o prémio de 500 mil euros em nenhum jogo porque o clube tem prémios muito superiores”, atirou.

“Fazem-se muitos grupos de trabalho na Liga de Clubes quando é preciso agir”

“Nenhum jogador do Braga colocará à frente o prémio de 500 mil euros em nenhum jogo”

António Salvador Presidente do Braga

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Aspeto do encontro dos minhotos com os órgãos de comunicaçã­o social

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