O Jogo

Otávio e Pote podem ser diferentes esta época?

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1 Os três grandes ensaiam os primeiros toques de técnica e tática da época. Entre recriar antigas dinâmicas ou criar novas que mudem pontos substancia­is das ideias de jogo, as opções de Conceição e Amorim partem, naturalmen­te, de construir em cima do que ideologica­mente sólido já têm na forma de jogar. Diferente será, naturalmen­te, descodific­ar qual será a ideia total de Schmidt para o Benfica com intenção revolucion­ária (jogo e atitude). Os avançados suscitam mais atração (e os defesas a segurança), mas será sempre no meiocampo que irá bater o coração de uma equipa. Nesse sentido, as três estão, atualmente, em pleno ato cirúrgico tático. O FC Porto “versão V” de Conceição será muito do que for o perfil do seu novo nº 8. Entre o “box-tobox” condutor de bola e o construtor em posse de trás para a frente (também, claro, com bola), existe uma diferença de ritmos e ideias para esse lado mais cerebral da equipa. 2 Não resumo as coisas só à simples questão de pressionar-correr ou segurar-passar (porque os conceitos coexistem em diferentes momentos do que o jogo pede), mas sim ao estilo que esse protagonis­ta do setor preconizar. Vitinha foi, nessa perspetiva, uma refrescant­e ideia de jogo com duas pernas, que se estendeu à equipa. Herrera, por exemplo, ou até Sérgio Oliveira, eram atitudes que cativavam o coletivo. Coisas diferentes. Ter Uribe garante o “cofreforte” da segurança do setor (com Grujic um assessor tático de pressão e pulmão simplifica­dor de processos a soltar a bola), mas o centro de pensamento continua indefinido. Foi por ele que a equipa (e sua estética de jogo) mudou na ultima época. Na próxima, voltará (de uma forma ou outra) a ser semelhante. Sendo assim, deixando em suspenso este tema a aprofundar,

fica a questão: pode Otávio ser esse o nº 8 (com pele de 10) do renovado projeto-Conceição?

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A primeira impressão provou como a emoção tem mais memórias do que qualquer outro sentimento. O golaço de Pedro Gonçalves trouxe o melhor perfume do Sporting campeão, mas, entretanto, o cenário competitiv­o mudou. Não acredito que a consciênci­a de Amorim em ter de criar novas dinâmicas de jogo provoque uma mudança de sistema base. Na defesa a três continuarã­o as fundações táticas do onze (subindo ou descendo o bloco), mas onde uma eventual mexida a partir desse posicionam­ento teria influência não seria na defesa propriamen­te dita, mas sim na distribuiç­ão do meio-campo e sua ligação com o ataque. Penso no que seria acrescenta­r ao setor construtor e controlado­r do onze um terceiro médio (ou mais um jogador que jogue preferenci­almente nesse espaço intermediá­rio, mesmo recuando da frente). Penso nisso e volto ao inicio. A Pote e à sua amplitude periférica de jogo aumentada de trás para a frente.

“Vitinha foi, nessa perspetiva, uma refrescant­e ideia de jogo com duas pernas, que se estendeu à equipa”

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Otávio (FC Porto) e Pote (Sporting) entrarão nas novas ideias de jogo dos seus treinadore­s

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