Recital de Enric Mas e Almeida ameaçado
VOLTA A ESPANHA Na etapa 15, a 2500 metros de altitude, o espanhol da Movistar foi o mais forte na montanha e tirou 42 segundos ao líder sofrido
Geral está lançada, pois Roglic também ganhou 15 segundos a Evenepoel e está a 1m34s. João Almeida chegou pouco depois do camisola vermelha, mas Arensman venceu etapa e está perto do sétimo posto.
DUAS VEZES PÓDIO NA VOLTA A ESPANHA, ENRIC MAS ESTÁ A VIVER UM MOMENTO EXUBERANTE DE FORMA
FREDERICO BÁRTOLO
“Ainda sinto a queda do outro dia e ainda estou a aprender a lidar com a altitude. Acho que não correu muito mal”
Remco Evenepoel
A Volta a Espanha termina ●●● a segunda semana com duas notas dominantes, que se entrelaçam: a geral está aberta, porque os três primeiros têm dois minutos de diferença entre si e porque Remco Evenepoel chega ao dia de descanso em sufoco, a pedir por menos altitude. A 2500 metros acima do nível médio do mar, o camisola vermelha andou sozinho pelas montanhas da Serra Nevada, até impôs ritmo para esconder as debilidades, mas ao não conseguir seguir o ataque de Enric Mas, da Movistar, denotou o sufoco. Foram 36 segundos na estrada, mais seis de bonificação pelo segundo lugar e o trepador, outrora segundo na Vuelta de 2018 e 2021, parece hoje no melhor momento e com o pódio cada vez mais certo. Está a 2m01s de Evenepoel, que viu ainda Primoz Roglic, da Jumbo, atacar na parte final para ganhar mais 15 segundos, estando a 1m34s da liderança, o que alimenta a perspetiva de uma terceira semana de grande interesse na luta pela vitória.
“Sinto que estou cada vez melhor”, afirmou Mas. “Só me senti mesmo bem na parte final, daí o ataque”, explicou Roglic. “Ainda sinto a queda que tive no outro dia e ainda aprendo a lidar com a altitude. Parece-me que não correu muito mal”, analisou Evenepoel, claramente satisfeito por ter minimizado as perdas.
João Almeida, da UAE Emirates, foi 11.º na etapa, chegando a 11 segundos de Remco, mas ficou mais longe do sexto lugar, agora a 1m36s, porque Ángel López, da Astana, foi terceiro e juntou-se a Mas no ataque; tendo ainda o sétimo posto em perigo. O vencedor da jornada foi Thymen Arensman, o menino
prodígio para as Grandes Voltas dos Países Baixos, que corre pela DSM, e que se colocou numa fuga numerosa e levou a etapa. Está agora a cinco segundos do português, ainda em luta para ser top-10 na estreia na Vuelta.
O colega de Almeida, Ayuso, ficou sozinho porque Soler andou na fuga, mas subiu ao quarto lugar, porque Carlos Rodríguez perdeu mais de minuto e meio.
Ciclista da Quick Step
“Só me senti bem na parte final, daí o ataque que fiz. Quando entrei na subida não estava tão bem”
Primoz Roglic