Há um candidato a crescer em Braga
Consta que os ataques ganham jogos e as defesas ganham campeonatos. Ora, mesmo admitindo que a amostra é curta, o Braga desenhado por Artur Jorge parece ter as duas coisas, para além de estrelinha, como se percebeu na última jornada. Claro que é mais fácil sublinhar os méritos da defesa arsenalista na sequência de um jogo ganho com um golo marcado por um central, mas para Tormena poder ser decisivo aos 90’+8’ do dérbi com o Vitória de Guimarães foi preciso que a baliza de Matheus estivesse a zeros nessa altura. E está a zeros desde a receção ao
Sporting, na abertura do campeonato. Não há de ser por acaso. Os 18 golos marcados pelos minhotos nas primeiras cinco jornadas da Liga, que fazem do ataque arsenalista o mais produtivo da prova, colocaram jogadores como Banza, Vitinha, Abel Ruiz ou Iuri Medeiros sob a luz dos holofotes, mas muito daquilo que os homens do ataque produzem resulta precisamente da forma como toda a equipa – a começar por eles - defende, da maneira como reage à perda de bola e da pressão que coloca sobre os adversários logo no meio-campo ofensivo. Há uma equipa tão grande como as maiores a crescer em Braga. Artur Jorge tem uma ideia ambiciosa para o futebol dos arsenalistas, um onze capaz de a interpretar e um banco recheado de talento para agitar a fórmula original quando precisa. E agora que o mercado fechou, também tem Al Musrati e André Horta cem por cento focados naquilo que fazem melhor. Talvez não seja o suficiente para assumir a pressão de uma candidatura ao título, mas deve chegar para, pelo menos, perturbar o sono dos candidatos do costume e inflacionar o preço do metro quadrado no pódio do campeonato.