O Jogo

DRAGÃO NÃO CONSEGUE ENTRAR NA LINHA

TROPEÇÃO Ferida europeia continua por sarar devido a mais erros defensivos. Reação na segunda parte seria suficiente para vencer se a confiança fosse outra

- Textos CARLOS GOUVEIA

Dois golos anulados por fora de jogo, duas bolas nos ferros - o Estoril acertou uma -, e uma ineficácia tremenda resultaram na perda de dois pontos. Taremi evitou a derrota, de penálti, aos 90’+9’.

O FC Porto voltou a tropeçar e só não caiu porque Taremi segurou a equipa nove minutos depois dos 90 com um golo de penálti. É verdade que até esse momento a equipa de Conceição produziu mais do que o suficiente para anular - e mesmo reverter - mais cedo a vantagem que Tiago Gouveia dera ao Estoril, numa primeira parte que chegou a parecer um prolongame­nto do pesadelo europeu. A reação surgiu apenas depois do descanso, mas só após a expulsão de Ndiaye é que os donos da casa foram encostados verdadeira­mente às cordas.

Os níveis de confiança dos dragões estão longe dos ideais e as feridas não foram saradas, perspetiva­ndo-se uma paragem de competição dura para Conceição e companhia. Este não era apenas um jogo para o FC Porto, depois de tudo o que aconteceu a meio da semana. Poucos dias depois do incidente com o carro em que seguia, Rodrigo Conceição foi titular no lado direito da defesa, a que se juntaram as apostas em Fábio Cardoso e André Franco. O FC Porto entrou bem, pressionan­te, mas sem conseguir incomodar verdadeira­mente Dani Figueira. O Estoril foi-se libertando das amarras iniciais, aproveitan­do bem a profundida­de de Tiago Gouveia e o “cérebro” de Francisco Geraldes. O ala emprestado pelo Benfica teve um quarto de hora de gala, que começou com uma bomba à trave, continuou com um lance de génio anulado por Diogo Costa e terminou com o golo, num remate cruzado, num lance em que ficaram a nu todos os problemas da falta de confiança da equipa portista, sobretudo no setor mais recuado, aquele que teve precisamen­te mais mexidas.

Após o intervalo, o FC Porto entrou com outra atitude e decidido a dar a volta ao resultado. Taremi acertou com estrondo no poste logo a abrir, mas o Estoril respondeu numa transição pelo lado esquerdo que terminou com uma fantástica defesa de Diogo Costa. Conceição reagiu, finalmente, a partir do banco, metendo Galeno e Veron de uma assentada, passando a equipa a jogar num 4x2x4. Tal como em jogos passados, Galeno agitou, e de que maneira, o jogo, construind­o praticamen­te todos os lances de perigo. Num deles, Veron imitou Taremi e acertou no ferro.

O relógio ia andando e tudo se conjugava para mais uma escorregad­ela do FC Porto, ficando aquela sensação de que por mais que tentasse não iria conseguir bater Dani Figueira. Nem mesmo a partir do momento em que ficou a jogar com mais um elemento, na sequência da expulsão de Ndiaye. A este FC Porto podem apontar-se vários defeitos, mas não a falta de crença. Foi até ao lavar dos cestos e, já nos descontos, Joãozinho tocou com a mão na bola na área. Foram precisos quase cinco minutos até que o lance fosse validado e Taremi marcasse. Já no período em que se compensava esse tempo perdido no VAR, Galeno rematou cruzado, Dani defendeu para a frente e Taremi não conseguiu fazer a recarga para a vitória. Um final de loucos na Amoreira, onde o FC Porto não conseguiu libertar-se dos fantasmas europeus e perdeu mais dois pontos.

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Rodrigo Conceição estreou-se como titular

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