O Jogo

A voz de Bono cantou sempre mais alto

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RODRIGO CORTEZ Bono acabou por não ter muito trabalho, pelo menos em quantidade. Em qualidade, sim, esteve onde foi preciso e evitou duas ou três vezes o golo português. Marrocos fez do coletivo a principal força e na frente contou com o espadaúdo EnNesyri para fazer a diferença.

Defesa Bono

cantou mais alto do que os “artistas” portuguese­s. Dois momentos em especial: aos 83’, um voo ágil a desviar tiro de João Félix; aos 90’+1’, sereno, estirou-se para o remate de Ronaldo. Na direita, Hakimi sacrificou a arte pelo trabalho, sempre certinho, sem grandes ousadias. No centro, El Yamiq e Saiss não deram espaços a Ramos e, na esquerda, Attiat-Allah mostrou que na liga marroquina (Wydad) há bons valores a descobrir. Do banco saltaram os centrais Dari e Benoun, aumentando o contingent­e no centro da área, sempre com acerto.

Meio campo Amrabat não precisou de ser o trinco exuberante que tinha sido contra a Espanha, a ganhar todos os duelos, até porque, ontem, Portugal poucas vezes conseguiu pisar os seus terrenos (à frente dos centrais). A bola perdia-se sempre quando chegava perto de Amallah ou de Ounahi, os médios interiores, principalm­ente este último, mais uma vez com uma exibição fantástica, quer na fase defensiva (muito ativo e disponível), quer na ofensiva, de passada longilínea, a conseguir estender o jogo da equipa até ao último terço e a levar ao desespero de Portugal. Jabrane entrou quase no fim.

Ataque

Ziyech nem precisou de deslumbrar para sair por cima. En-Nesyri, sim, foi determinan­te para o apuramento, ao deixar Diogo Costa para trás, com um cabeceamen­to certeiro. Boufal foi sempre ameaça para Dalot, com bom poder de finta, a deixar o luso de pé atrás. Aboukhlal não teve tempo para se mostrar.

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