OS DOIS PUTOS QUE DERAM GÁS AO SONHO
Aos 22 e 21 anos, Julián Álvarez e Enzo Fernández entraram no núcleo duro de Lionel Scaloni durante o torneio e foram determinantes na caminhada rumo à final
Amigos chegados desde o tempo em que partilharam o balneário do River Plate, os dois jogadores têm brilhado a grande altura no Catar e são os rostos que deixam os argentinos otimistas para o pós-Messi.
“Enzo teve uma grande evolução e estamos felizes com ele. Cremos que pode dar ainda mais e tem um grande futuro pela frente”
“O Julián tem-nos dado uma enorme ajuda. Com a idade dele é normal que queira comer o mundo e é isso mesmo que faz” Lionel Scaloni Selecionador da Argentina
De forma natural, Messi tem estado debaixo de todos os holofotes na caminhada da Argentina rumo à final do Mundial, mas o avançado tem tido dois pares inesperados na sua “Última Dança”. Caloiros de um grupo experiente e habituado a jogar em função do seu capitão, Julián Álvarez (22 anos) e Enzo Fernández (21 anos) ganharam um lugar no núcleo duro de Lionel Scaloni já com o torneio em andamento e revelaram-se decisivos para agitar a alviceleste rumo à final. Após terem ficado no banco no desastre frente à Arábia Saudita, o avançado do Manchester City e o médio do Benfica foram lançados quando ainda havia um nulo frente ao México, foram determinantes para o 2-0 – Enzo sentenciou o resultado com um golaço – e não saíram mais da equipa.
Ultrapassado o duelo com a Croácia, o avançado leva quatro golos e uma assistência, enquanto o médio somou um passe decisivo ao remate certeiro frente aos mexicanos. Números que ilustram a importância que têm tido em terras cataris e justificam o otimismo dos argentinos, que encaram os dois jogadores como os principais rostos da geração pós-Messi. E, curiosamente, a amizade entre os dois intervenientes já vem de longe.
Formados no River Plate, Julián e Enzo conheceram-se na equipa de reservas dos milionários e, após seis meses a brilharem em grande altura, foram ambos puxados para a equipa principal por Marcelo Gallardo, apontado como o grande responsável pelos saltos qualitativos do avançado e do médio. A passagem de Enzo por empréstimo pelo Defensa y Justicia separou-o do amigo, mas, em 2021, o reencontro entre os dois, agora, internacionais valeu a conquista do campeonato argentino.
Durante a caminhada rumo ao título, num triunfo por 4-0 sobre o Racing Avellaneda, os dois miúdos ensaiaram o abraço que ficou imortalizado na vitória da Argentina frente à Polónia no Mundial:
Enzo assistiu Julián para o 2-0 e ambos correram para a linha lateral envolvidos num abraço semelhante ao que tinham dado no Monumental de Nuñez. As duas fotos, com a diferença de aproximadamente um ano, fizeram furor nas redes sociais e motivou um comentário de Julián: “Falo sempre com o Enzo antes dos jogos. Digo-lhe que olhe com atenção para onde estou e que faça o lançamento em profundidade. Conhecemo-nos bem e jogamos de olhos fechados.”
“O desempenho de Enzo não me surpreende. Eu vejo-o treinar todos os dias e é muito importante para nós”
“Eu daria o prémio de MVP a qualquer companheiro, mas o Julián tem-se destacado. Ele luta, corre e abre caminhos”
Lionel Messi Capitão da Argentina