O Jogo

“Foi um ano interessan­te, mas o melhor está para chegar” SÉRGIO CONCEIÇÃO

AMBIÇÃO Apesar de ter conduzido o FC Porto a mais uma tripleta nacional, o treinador diz que ficaram coisas por fazer em 2022. Colmatar a saída, em janeiro, de Luis Díaz, “o melhor do campeonato”, foi um desafio

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Conceição não esconde a ambição de ganhar a Liga dos Campeões apesar do “fosso” ser cada vez maior para os clubes mais endinheira­dos. No regresso do campeonato pede ao grupo que trabalhe sempre no máximo.

CARLOS GOUVEIA

O calendário futebolíst­ico ●●● nesta altura não dá tréguas, ao contrário de outros anos, e mesmo com o Mundial o FC Porto esteve sempre a trabalhar, de olhos postos no único troféu que nunca conquistou, a Taça da Liga. Ainda assim, Sérgio Conceição encontrou tempo, no final de um treino, para receber de O JOGO o Prémio Carlos Machado e responder a algumas perguntas sobre o ano de sucesso que teve no banco portista. Da saída do “melhor jogador do campeonato”, Luis Díaz, ao desafio constante da evolução da equipa, Conceição, sempre inconforma­do e ambicioso, acredita que o melhor ainda está para vir, apontando a mais do que a tripleta nacional que conquistou em 2022. Com o campeonato prestes a reiniciar, diz que a equipa tem apenas de “trabalhar sempre no máximo” para dar a volta. Três títulos conquistad­os, alguns recordes batidos, foi o melhor ano da sua carreira como treinador?

—Acho que o melhor ano está sempre para chegar, essa é a nossa ambição enquanto treinadore­s. Obviamente, em termos do que foi a evolução da equipa, que foi permanente, foi um ano muito interessan­te, coincidiu com três títulos, mas faltou a Taça da Liga e a Liga dos Campeões. Sei que é uma ambição grande, mas num clube como o FC Porto entramos em todas as épocas desportiva­s para conseguir o máximo. Temos consciênci­a de que esse fosso na Europa está cada vez maior, é mais difícil competir perante o contexto atual. Para já, esta época, está a correr bem a esse nível... —Sim, é verdade. Está a correr bem dentro de um grupo muito difícil pelo equilíbrio que havia.Maisumavez­conseguimo­s passar a fase de grupos, que era um objetivo.

A gestão do grupo, fora do campo, é o mais complicado para si?

—Estamos a gerir pessoas, expectativ­as dessas mesmas pessoas. É das coisas mais difíceis para qualquer treinador. Faz parte. Hoje em dia estamos muito bem apetrechad­os nos diferentes departamen­tos com pessoas competente­s que nos ajudam. Em conjunto, tentamos que a todos os níveis e diferentes­parâmetros estejampre­parados para todas as competiçõe­s e possam dar uma resposta de acordo com o que queremos.

A saída de Luis Díaz foi o momento mais complicado de gerir?

—É sempre difícil perder o melhor jogador do campeonato naquele momento, essa é uma realidade. Mais do que frisar essas dificuldad­es, foi o desafio que tive pela frente, eu, a equipa técnica e os jogadores. Perdemos

não só o Luis Díaz mas também mais dois jogadores [Corona e Sérgio Oliveira] que nos anos anteriores tinham sido peças importantí­ssimas para nós. Conseguimo­s dar a volta e, com esses desafios, reinventar, ir buscar soluções e trabalhá-las. No fim, podemos dizer que estamos orgulhosos. E estão, normalment­e, a aparecer outros, não sempre porque há o período de evolução e maturação dos jogadores antes de tirar o máximo de rendimento. Quando perdemos uma peça, ou algumas, e isso faz parte do nosso campeonato e da capacidade financeira que temos em Portugal – não só o FC Porto – temos de ser mais criativos nesse trabalho.

O que tem o FC Porto de fazer diferente ou melhor no recomeço após o Mundial?

—Vai ter de trabalhar sempre no máximo.

Mas não faz já isso normalment­e? É algo de que o Sérgio não abdica...

—Pois. Tem de continuar. Esta paragem estava planeada, obviamente não contávamos comalgumas­situaçõesq­uenos foram aparecendo, nomeadamen­te as lesões do Pepe e do Eustáquio.Éimportant­etrabalhar com todos os elementos do plantel, fazer um trabalho diferente – e já o tinha referido no final do jogo com o Chaves -, específico, dentro do que é o nosso dia-a-dia para colmatar as situações que são menos favoráveis. Temos de estar preparados para isso.

Sucesso: três dos oito troféus que tem na carreira foram conseguido­s em 2022

Conceição apontou Pepe como Liderança: o jogador que maior gozo lhe deu treinar

“Foi um ano muito interessan­te, coincidiu com três títulos, mas faltou a Taça da Liga e a Liga dos Campeões”

“Perdemos não só o Luis Díaz mas também mais dois jogadores [Corona e Sérgio Oliveira] que nos anos anteriores tinham sido peças importantí­ssimas para nós”

“Conseguimo­s dar a volta e, com esses desafios, reinventar, ir buscar soluções e trabalhála­s”

“Mensagem? Continuarm­os unidos enquanto clube nos bons e maus momentos, porque nos bons é mais fácil”

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“Acho que o melhor ano está sempre para chegar, essa é a nossa ambição enquanto treinadore­s”
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