O Jogo

“Quero fechar a história no Giro”

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Corredor da UAE faz o balanço da terceira época de World Tour a O JOGO e admite a frustração por ter abandonado o Giro devido a doença. Confiante a subir, traça o pódio como meta para 2023.

FREDERICO BÁRTOLO

João Almeida vai para a ●●●

quarta época no World Tour e, como sempre até aqui, o objetivo maior da época é o Giro. O português aponta ao pódio, que reconhece ser importante para se afirmar. Em 2022, abraçou um novo projeto. Como classifica o seu primeiro ano na UAE?

—Foi muito positivo. Foi uma mudança bastante grande. Alterei tudo, material, treinador, nutricioni­sta. Teria sido uma das minhas melhores épocas, não fosse a covid-19. Tomei a decisão certa em assinar pela UAE. Gosto do rumo para onde caminha.

Saiu do Giro quando era quarto classifica­do à 17.ª etapa. Acreditava no pódio?

—Comecei bem, mas não queria a camisola rosa muito cedo. Sei da energia que esta tira diariament­e. São as entrevista­s, o controlo antidoping. Perde-se muito tempo de descanso. Sabia que os adversário­s estavam fortes, mas senti que estava a sair tudo perfeito. O terceiro lugar era possível no último dia, no crono.

O protocolo de combate à doença, naquela altura, tirou-o de prova. Essa frustração não se esquece? —Foram muitos meses de sacrifício. Tive todos os cuidados até ao Giro, não estive com amigos e família. Apanhei covid-19 na corrida e foi tudo por água abaixo. Nunca descobri de onde veio. A única explicação é uma interação que tenha tido com o público. Pode parecer mal, mas não vou autografar nada em 2023. Vou fechar a janela aos fãs e evitar patologias que me fragilizem.

Sentiu-se mais marcado desde cedo?

—Ganhei o respeito dos corredores do Giro. Já tinha estado bem na Catalunha. Fui terceiro na geral e ia em boa forma para Itália. Sabiam o corredor que sou e tinham-me sempre em conta.

“Sabia que os rivais estavam fortes, mas senti que estava a sair tudo perfeito. O terceiro lugar era possível no último dia, no crono”

“Fazer pódio na Volta a Itália de 2023 é importante para me afirmar na equipa. Acredito nas minhas capacidade­s”

“Tive uma equipa forte no Giro, mas a gestão podia ter sido melhor. Podia evitar-se ir para as fugas. O Matxin vai sair do cargo de diretor”

“Quero desempenha­r o meu papel no Giro e não faço falta à equipa no Tour. Ainda quero as minhas oportunida­des”

Considera que teve uma equipa forte no Giro?

—Era uma equipa forte, mas houve percalços. O Formolo teve problemas num joelho. Mas a gestão dentro da corrida podia ter sido melhor. Podia ter-se evitado ir para a fuga, podíamos ter poupado mais a equipa. É uma decisão do diretor. O Joxean Matxin vai afastar-se desse cargo, passa a ser gestor de equipa. O Fabio Baldato fará o Giro comigo, já tinha estado na maioria das provas comigo.

Em 2023, voltará ao Giro. É decisivo fazer um pódio para se consolidar na UAE? —Fiz quarto em 2020 e andei 15 dias de rosa. Em 2021 não foi excelente [sexto classifica­do] e este ano tive um azar grande, que me fez ir à trave.

Fazer pódio no Giro’2023 é importante para afirmar-me na equipa e acredito nas minhas capacidade­s para isso.

Não sente vontade de experiment­ar o Tour?

—Havendo Pogacar, só iria ao Tour para o ajudar. Gostava de um dia fazer isso, mas quero fechar a minha história com o Giro. Sem covid, sem azares. Quero desempenha­r o meu papel no Giro e não faço falta à equipa no Tour.

O percurso do Giro’2023 é favorável a si e a Remco Evenepoel?

—É muito duro, tem muito contrarrel­ógio. Favoreceno­s. Ele tem sido sempre o mais forte, mas ninguém é imbatível. Não tenho receios de ninguém. Vamos lá divertir-nos.

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