“Não me sinto prejudicado pela minha equipa”
O pódio de Juan Ayuso na Vuelta não preocupa em demasia o português quanto à liderança futura na própria equipa e vinca a boa relação com o espanhol. Está disponível para ajudar Tadej Pogacar.
João Almeida foi quinto ●●● ao estrear-se na Vuelta, mas assinala que teve dificuldades na preparação. Não mostra preocupação com o pódio de Juan Ayuso, seu colega de equipa.
A Vuelta é mais difícil do que o Giro?
—É quase igual. Faz mais calor, mas adapto-me. Gostava de voltar em 2023, mas o Giro será sempre o meu primeiro objetivo. É preciso ter em conta o resto do ano, mas é possível conjugá-las.
Ficou satisfeito quando soube que Pogacar não ia, por poder liderar a UAE?
—Gostava que ele tivesse ido. Tendo lá o Tadej, seria mais simples e mais direto. Foi o Ayuso e ele correu bem. Infelizmente, a preparação para a Vuelta foi má para mim. Estive doente novamente. Foi importante ter antes a vitória em Burgos. Deu-me uma confiança importante para a Vuelta. Em Burgos não era o mais forte, mas venci no último dia por correr de forma inteligente. Sentia que não podia fazer pódio na Vuelta. Fui quinto, é um resultado sólido. Pensámos em equipa e fizemos uma boa corrida.
A correr em Espanha,
sentiu que a equipa beneficiou Ayuso?
—Abordámos a corrida comigo como líder. Ele nunca tinha feito uma Grande Volta, portanto era uma incógnita. Fizemos trabalho de estágio em Andorra, temos uma boa relação e tivemos as coisas claras. Já a fazer a preparação senti que ele estava mais forte. Daí merecer a oportunidade. Temos uma boa relação.
Aos 24 anos, João Almeida mostra, no discurso, foco na sua evolução em provas por etapas. Alinhará no Algarve para procurar a vitória, como líder da UAE
Teme ter perdido estatuto?
—O Ayuso, tal como o Carlos Rodríguez [Ineos], está a aparecer. São puxados para cima porque Espanha precisa de um voltista. Não senti qualquer perda de estatuto. Foi uma corrida diferente do normal, o Roglic [Jumbo] saiu, houve atletas fortes a desistir. Sem isso a corrida seria diferente, tanto o meu quinto como o terceiro dele. Não me sinto prejudicado dentro da equipa.
Foi quinto no UAE Tour, ao lado de Pogacar. Gostou do papel de ajudante?
—Foi um resultado positivo e ganhámos individual e coletivamente. E a correr em casa era importante.
Anseia fazê-lo no Tour?
—Gosto de ajudar um líder mais forte do que eu. Existem poucos como ele na história. É uma honra. Na Lombardia estive com ele e ganhámos. É incrível fazer parte daquele feito. Não marco o público, mas marco o corredor e ele lembrar-se-á um dia. Gosto desse papel, mas não quero fazer só isso. Quero as minhas oportunidades.
A viver em Andorra, o jovem de Ados-Francos aproveita o inverno com a família. E conversou com O JOGO enquanto cuidava da irmã mais nova, Matilde