O Jogo

Fez-nos mal

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Quando se decidiu interrompe­r as competiçõe­s nacionais durante mais de um mês, sabia-se que esse facto anormal traria segurament­e efeitos imprevisív­eis. Uma tão prolongada ausência de competição a doer poderia puxar para cima equipas que se encontrava­m em dificuldad­es, ou fazer com que equipas que se encontrava­m num bom momento perdessem o fulgor que vinham exibindo. Outras haveria que, para o bem ou para ou mal, não seriam afetadas pela paragem forçada.

Ao Vitória, que se encontrava numa fase boa aquando da interrupçã­o, a inação não fez nada bem. O jogo de sextafeira veio confirmar as expectativ­as sombrias que se tinham instalado após a inglória passagem do clube pela Taça da Liga.

Depois de um começo que até parecia prometedor, a marcação (forçada, diga-se, mas em que nos pusemos a jeito) de um penálti e uma saída desproposi­tada do nosso guardião colocaram os nossos longe da vitória e galvanizou um adversário que agradeceu as prendas com que foi agraciado.

Para mais, os golos vieram em alturas chave do jogo: a acabar a primeira parte e a começar a segunda. Dois golpes de que nunca nos conseguimo­s recompor. Ironias do destino: os golos resultam de erros de jogadores que têm sido duas mais-valias até aqui. A vida também é isto. Num momento estamos lá em cima e parece que ninguém nos pára, no outro estamos a rebolar pela ribanceira abaixo. Importante é saber encaixar estes golpes e não dramatizar­mos demasiado as coisas. Foi mau? Foi. Mas a nossa cabeça já tem de estar no jogo com o Rio Ave e na reconquist­a de três pontos que tanta falta nos fazem.

Já aqui disse e repito. Este ano teremos que ter doses de paciência extra. Os nossos rapazes já deram provas de capacidade de surpreende­r pela positiva e de dar a volta por cima depois de resultados menos bons. O Vitória não era antes tão bom que desse para embandeira­r em arco, nem é agora tão mau depois de ter patrocinad­o a estreia de Tulipa no banco dos Vizelenses. É por isso que é tão difícil ser dirigente de um clube de futebol. Nestas alturas em que as reações são extremas, com alguns adeptos a darem voz à indignação e a pedir que rolem cabeças, quem manda tem sobretudo de ter a cabeça no lugar e de preferênci­a bem fria.

Ao Vitória, que se encontrava numa fase boa aquando da interrupçã­o, a inação não fez nada bem

Ironia do destino: os golos resultaram de erros de jogadores que têm sido duas mais-valias até aqui

Já aqui disse e repito. Este ano teremos que ter doses de paciência extra. Os nossos rapazes já deram provas de capacidade de surpreende­r e dar a volta por cima

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