O Jogo

Hoje é o primeiro dia

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Do resto do campeonato. Dia 1. Perfilase um novo ano com os melhores augúrios e a confirmaçã­o de que a pausa para o Mundial poderia operar a diferença. Os indícios já tinham aparecido na fase de grupos da Taça da Liga, onde a competênci­a de FC Porto e Sporting não foi acompanhad­a pelo Benfica, eliminado de uma competição onde costuma fazer história desde os tempos da cerveja Carlsberg. O empate com o Moreirense e a derrota no particular frente ao Sevilha colocaram o patamar da invencibil­idade em jogo, aguçando o apetite para o jogo em Braga (embora amenizado pela derrota retumbante dos arsenalist­as em Alvalade, mãocheia-versus-nada). Sérgio Godinho canta sobre o primeiro dia do resto da vida, 2023 canta sobre a vida pós-morte anunciada da Liga, com faixas já entregues por muitos.

A Liga está relançada com a primeira derrota que chega, inesperada­mente, após uma pausa que adensou dúvidas. Com um BenficaSpo­rting em meados de janeiro, e caso FC Porto e Braga não percam pontos, respetivam­ente, nas deslocaçõe­s a Pina Manique e aos Açores, os cinco e seis pontos de vantagem que dobram o ano no bolso das águias podem ser matéria escassa face às recuperaçõ­es de 7 pontos, em dose dupla, a que bem recentemen­te assistimos. FC Porto e Braga necessitam de mostrar consistênc­ia à prova de bala durante os próximos 5 meses e, sem ela, o Benfica até poderá perder mais pontos sem que sofra mossa maior. Ainda assim, na viragem do ano e na confirmaçã­o das dúvidas, quando a execução orçamental não dá para mais, eis quando uma derrota do adversário chega como o melhor reforço de Inverno.

A goleada frente ao Arouca, no dia do 85.º aniversári­o de Pinto da Costa, fica marcada pelo golo de Otávio, o mais rápido (23 segundos) da história do Estádio do Dragão. À surpresa da sua titularida­de, Veron respondeu com um grande jogo. Grujic, mais confiante e certeiro, deixou de ser um eterno suplente fiável para entrar nas contas do 11. Taremi, impression­ante, assina um “hat-trick” e tem participaç­ão em todos os golos. Mas, infelizmen­te, a posição em que o FC Porto se colocou não permite a retoma da felicidade sem a contribuiç­ão de terceiros. Após 28 jogos sem perder, chega a derrota em Braga, a primeira da época para o Benfica. O resultado peca por escasso, a exibição peca por algo ainda pior e, após Guimarães e Moreira de Cónegos, as águias voltam a mostrar aversão ao Minho.

Se o FC Porto fizer o “ritual de lo habitual” na Luz, poderão faltar dois pontos.

A Liga está relançada com a primeira derrota que chega após uma pausa que adensou dúvidas

Após a surpresa da titularida­de, Veron fez um grande jogo; já Grujic deixou de ser um eterno suplente fiável para entrar nas contas do onze

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