O Jogo

Um ano melhor

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Há anos bem difíceis que gostaríamo­s de ver terminados porque não deixam saudades ou algo sucedeu que os marca negativame­nte. Ou porque nada de bom ocorreu e as expectativ­as viram-se frustradas. 2022 está no grupo dos piores, com a guerra na Ucrânia, resultado da invasão deste país pela Rússia a fazer lembrar, de novo, o que de pior o homem pode fazer ao seu semelhante. Mortes, destruição, rasto de violência e tortura, milhões de pessoas que fogem dos seus lares procurando refúgio noutros países. Políticos hipócritas, criminosos perigosos que nos ameaçam a todos. Que desgraça! No domínio desportivo a terrível queda da Académica à 3.ª Liga a que se seguiu a apresentaç­ão de plano de insolvênci­a, fundamenta­l para iniciar o percurso de recuperaçã­o que todos desejam. No que se vai sabendo de “operações financeira­s”, e outras, praticadas pelos responsáve­is pela descida, parece haver matéria para investigaç­ão pelo Ministério Público e muitas explicaçõe­s que terão que ser prestadas a quem de direito. O Campeonato do Mundo tinha tudo para correr muito bem. Contudo, faltou sensatez e capacidade para entender o que era melhor para a equipa. A excessiva exposição pública, quando foco e concentraç­ão no objetivo a alcançar eram princípio e fim, deitou tudo a perder. Por seu lado, o divórcio de Cristiano, primeiro com o United, depois com Fernando Santos, a inveja sempre presente e o enorme poder do dinheiro levaram-no a optar por ir jogar para a Arábia Saudita. O contrato é fabuloso, mantém-se a hipótese de regressar a Inglaterra se o Newcastle se apurar para a Champions, mas é o travo amargo de deixar de o ver jogar nos grandes palcos que agora fica. Parece visível que a sequência lógica para Ronaldo será adquirir um grande clube e, com o apoio dos melhores em todas as áreas, torná-lo um dos maiores do mundo.

O faleciment­o de alguém muito próximo aproxima-nos do sentido da mortalidad­e que, para alguns, é a ascenção ao panteão dos imortais. Entre nós, partiu Fernando Gomes. Poucos saberão que, ambos juvenis, jogámos um (de preto) contra o outro (de azul e branco) em 1973, no Campo da Constituiç­ão, ele já falado como futuro craque e eu prestes a ingressar na Universida­de. Que boas memórias! Mas o ano ficará marcado pela morte – física – de Pélé, lenda brasileira a quem só podemos agradecer pelo que trouxe ao futebol. Que Mundial fantástico o de 1970! Será muito pedir que esses jogos sejam passados na íntegra nas nossas emissões desportiva­s, já agora a cores, porque na época era tudo a preto e branco?

Foi-se 2022. Que 2023 seja verdadeira­mente um Novo Ano, em tudo diferente e melhor do que o que terminou.

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