O Jogo

“FC Porto não dá nada por vencido”

CAMPEONATO Rui Vitória elogia os bons desempenho­s do Benfica, mas lembra que a competição ainda não vai a meio e nada está ganho

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Quando falou a O JOGO, as águias estavam invictas esta época e lideravam com oito pontos de vantagem. Mas o treinador deixa o aviso de que os principais rivais estão a subir de rendimento.

O Benfica, foi a equipa mais forte até aqui, consideran­do a liderança no campeonato e desempenho­s na Champions. Como avalia o trabalho de Roger Schmidt?

—O Benfica tem feito um trabalho fantástico. Uma primeira fase da época de enorme qualidade. Até aqui um trabalho exemplar de toda a gente, não só do treinador, e este tem muito mérito, mas de toda a estrutura do clube também. Uma equipa com vários jovens a aparecer, que joga de forma muito fácil. Mas a época ainda não vai a meio, ainda falta mais de metade do campeonato e parece-me que há equipas que estão a reaparecer bem. O FC

Porto nunca é de descurar. Nunca dá nada por vencido de forma fácil. E o Sporting está também a reaparecer com muita qualidade, apesar da distância ser grande. Ainda podem complicar muito as contas do campeonato.

No Benfica surgiram este ano jogadores como Enzo Fernández e David Neres, reforços que contribuír­am muito para subida de qualidade. Concorda?

—São jogadores de enorme qualidade, da seleção argentina, da brasileira. São acréscimos­para o nosso futebol. Trazem muita qualidade. Foram pedras de toque essas aquisições, foram apostas muito certas. Aliás, no caso do Enzo estamos a falar do melhor jogador jovem do Mundial. Estar em Portugal é algo que tem de ser enaltecido.

E quanto aos outros candidatos ao título, ficou surpreendi­do com o arranque periclitan­te do Sporting?

—Não me surpreende­u muito. Os clubes não tem sempre anos bons. Depois, numa fase inicial, o Sporting teve um arranque difícil, com deslocaçõe­s aos campos do Braga e do FC Porto, numa altura coincident­e com a saída de jogadores importante­s. E es

tamos a falar de três. Dois médios, o Palhinha e o Matheus Nunes, e depois de um avançado, o Sarabia, um jogador que fez mais de 20 golos. Não era um jogador que pertencia ao Sporting, mas que ao sair não era fácil de substituir. E numa fase inicial era muito complicado substituir todos esses jogadores. Depois, em Portugal, com um atraso de três, quatro, cinco pontos começa a ser logo complicado jogar. Não me surpreende por isso. Mas também me parece que o Sporting está a percorrer um caminho e está numa fase ascensiona­l. Penso que essas mudanças, essas tomadas de decisão em cima de jogos importante­s contribuír­am para este desnível em relação ao Benfica, sobretudo, e FC Porto.

No caso do FC Porto, apesar de também ter perdido bastantes pontos e do atraso para o Benfica, não se terá notado tanto a quebra de nível. Concorda? —Sim, o FC Porto tem essa capacidade de fazer grandes equipas todos os anos, mesmo com a perda de jogadores importante­s. Tem um treinador bom. As equipas precisam de uma cultura de clube bem definida, é fundamenta­l para o seu sucesso, porque os jogadores vão, vêm, estão bem, estão mal, e os clubes não podem viver da cultura e do momento dos jogadores. Quando há cultura de clube bem vincada, como é o caso do FC Porto, e os jogadores percebem o que têm de fazer para cumprir com as suas obrigações, regras e direitos, as coisas ficam claras e facilitam os processos. O FC Porto troca jogadores, vende e mantém qualidade. Claro que há sempre um momento ou outro de abaixament­o, mas estamos a ver um FC Porto num conjunto de anos grande sempre a dar resposta positiva, mesmo com a saída de jogadores importante­s e isso é, na minha perspetiva, fruto dessa cultura.

“O Benfica tem feito uma primeira fase da época de enorme qualidade”

“[Enzo e Neres] São acréscimos para o nosso futebol. Trazem muita qualidade”

“Sporting está a percorrer um caminho e está numa fase ascensiona­l”

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