O Jogo

NOVE EM DEZ PARA A D

TROFÉUS Dos países que ocupam o topo do ranking de ligas da UEFA, só na Áustria não houve títulos ganhos por treinadore­s ou jogadores portuguese­s

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Todas as grandes potências futebolíst­icas da Europa contaram com técnicos ou futebolist­as lusos a festejar. E no planeta foram 63 troféus ganhos, um recorde que supera em mais de 50% os de 2020.

RODRIGO CORTEZ

Nunca, como em 2022, foram ganhos tantos troféus por treinadore­s e jogadores portuguese­s por esse mundo fora. Entre títulos de campeão nacional, taças, supertaças e outros torneios oficiais, falamos de nada menos do que 63 diferentes celebraçõe­s de técnicos e futebolist­as lusos. O que significa que, dividindo os dias do ano pelas conquistas, houve, em média, um festejo de cinco em cinco dias.

Realce merece a elevada taxa de sucesso nos países onde se disputam as principais ligas europeias. Isto porque, nas dez principais do ranking da UEFA, só no último dessa tabela (Áustria) não houve títulos ganhos pela diáspora.

De resto, as grandes potências futebolíst­icas do continente tiveram sotaque luso no títulos, como aconteceu na Inglaterra, onde o Manchester City de Rúben Dias, Cancelo e Bernardo Silva foi campeão pela quarta vez nas últimas cinco épocas. Domínio esmagador dos citizens e aposta na matéria prima lusa plenamente justificad­a. Mas também a Itália teve Rafael Leão no “scudetto”, ele que foi um dos mais importante­s no trajeto, recebendo a distinção de melhor jogador da prova.

Assim como, em França, o incontestá­vel PSG tinha Danilo e Nuno Mendes no plantel. E a “moda” portuguesa pegou mesmo em Paris, com o clube a investir depois disso em Vitinha e Renato Sanches. Mas na Alemanha e na Espanha, apesar do título de campeão ter fugido, merecem destaque os triunfos nas taças respetivas, por parte de Bétis (Rui Silva e William Carvalho) e RB Leipzig (André Silva). Até à posição dez do ranking europeu houve ainda troféus ganhos nos Países Baixos, Bélgica e Escócia.

Trata-se de um cresciment­o significat­ivo em relação aos anos anteriores, o que pode ser comprovado noutros itens de comparação. A diáspora continua a crescer em quantidade, mas sobretudo em qualidade, conforme ditam os números.

Se em 2020 foram 43 jogadores a erguer troféus, no ano seguinte foram 49 e, este ano, um total de 61 futebolist­as. Quanto ao número de troféus houve aumento semelhante, dos 40 de 2020 até aos 51 em 2021 e, agora, aos 63 troféus em 2022.

É um cresciment­o superior a 50 por cento relativame­nte aos números de há dois anos. Uma subida visível não apenas em quantidade, mas também em qualidade: dos 40 troféus de 2020, 16 correspond­eram a títulos de campeão nacional.

Treinadore­s lusos pagam com títulos

O “know-how” dos treinadore­s portuguese­s não é apenas teórico. A prática comprova que o talento existe e é acompanhad­o de dinâmica vencedora. Em 2022, foram 16 os líderes a triunfarem no estrangeir­o, o que correspond­e a um aumento de 100 % em relação aos dois anos anteriores (oito em cada).

Destaque merece Abel Ferreira, pelos três troféus no Palmeiras, um dos quais de âmbito internacio­nal, ao vencer o Athletico Paranaense na final da Recopa SulAmerica­na. Também José Mourinho conduziu a Roma a um título internacio­nal, a Conference League, com sabor especial por ser a primeira edição da prova. Troféus de campeão nacional foram, por sua vez, erguidos por Pedro Martins (Grécia), Fangueiro (Luxemburgo), Jesualdo Ferreira (Egito), Carlos Machado (Cabo Verde), Alexandre Santos (Angola) e João Mota (Sudão), além de Abel.

Refira-se que Paulo Sousa orientou o Flamengo nos primeiros seis jogos da Taça dos Libertador­es, que viria a ser conquistad­a já com Dorival ao comando. O mesmo aconteceu na caminhada para o triunfo na Taça do Brasil, por si iniciada. Na Arábia Saudita, Leonardo Jardim iniciou o trajeto para o título de campeão ganho pelo Al-Hilal.

A Europa tem predominân­cia, mas houve nove troféus diferentes ganhos por portuguese­s em África, tantos como na Ásia

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