O Jogo

“Não fazia o FC Porto tão grande”

- KYRA HOLT

“Sonho da seleção só o tive quando era pequena”

É natural de S. Francisco, tem 27 anos, chegou da Suíça e tem deslumbrad­o no campeonato português de voleibol ao serviço da AJM/FC Porto. A O JOGO revela ser recíproco, pois o clube também a seduz.

CARLOS FLÓRIDO

Uma california­na de São Francisco, que já foi campeã nacional na Suíça (NUC) e vice-campeã em Espanha (Aguere), é a grande novidade da época no nacional feminino de voleibol. Kyra Holt, de 27 anos, chegou em julho para a AJM/FC Porto, joga como zona 4 ou oposto e é a melhor pontuadora do campeonato, mas brilha ainda no bloco, a servir e na receção. Com qualidades fora do comum, deu-se a conhecer em entrevista a O JOGO.

Como é que uma jogadora de voleibol norte-americana vem parar a Portugal?

—Quando acabei a universida­de fui jogar para Porto Rico e depois estive em Espanha e na Suíça. Quando a minha agente me apresentou a proposta da AJM/FC Porto, investigue­i sobre o clube. Pareceume um clube espetacula­r e por isso assinei.

Que descobriu sobre o país e o clube?

—Sabia um pouco sobre Portugal, mas não sabia até que ponto o FC Porto era grande. Só quando cá cheguei percebi que tinha um número enorme de fãs, devido ao futebol. Tem sido incrível aprender como são estes adeptos.

Que está a achar do campeonato português?

—Vai ser um campeonato duro até ao fim. Mas espero ganhar!

Quem são os maiores rivais?

—Os maiores são Benfica e Leixões. Mas a AJM/Porto é melhor.

A Kyra já foi campeã na Suíça e “vice” em Espanha. Aqui aponta a outro título?

—Quero ser campeã e estamos a trabalhar juntas, a funcionar como uma equipa, desenvolve­ndo uma ligação que nos faça chegar ao próximo nível, paraganhar­mos

A equipa feminina dos Estados Unidos foi campeã olímpica em Tóquio. “Fiquei muito orgulhosa por terem ganho. Não digo emocionada, porque não as conheço”, refere Kyra Holt. Todas as jogadoras lideradas pelo mítico Karch Kiraly estão emigradas – em Itália, Turquia, França ou Japão –, mas a jogadora da AJM/FC Porto, não tendo atingido equipas do mesmo patamar, já não pensa na seleção. “Quando era pequena, jogar na equipa nacional era um sonho. Agora não. Até porque gosto de ter uma folga quando chega o verão.

A época aqui é tão longa que esse sonho nem existe”, confessa.

“Vai ser um campeonato duro até ao fim, mas espero ganhar! Os maiores rivais são Benfica e Leixões. Mas a AJM/ FC Porto é melhor”

“Quando a minha agente me apresentou a proposta, investigue­i sobre o clube. Pareceu-me espetacula­r”

“Mas não sabia até que ponto o FC Porto era grande. Só quando cá cheguei percebi o número enorme de fãs”

“Vivo em Espinho, à beira da praia, e tenho uma vista fantástica e super relaxante. Por isso, adoro. É um bom país”

o campeonato.

Isso significa que ainda não estão no vosso melhor?

—Não, ainda não. Estamos a chegar lá, devagar. Todos os dias trabalhamo­s para isso no ginásio e em campo.

E nas provas europeias, onde conta chegar?

—Não sei onde vamos chegar, mas vamos tentar ir o mais longe possível. Espero que cheguemos longe, que ganhemos tudo. Vamos ver como corre.

Até agora não foi difícil...

—Tem sido fácil até agora, mas a próxima ronda poderá não ser tão simples [n.d.r.: a AJM/ FCPorto vai jogar os “oitavos” da Challenge Cup com o Rapid Bucareste].

Na equipa tem uma compatriot­a, mas sobretudo portuguesa­s, brasileira­s, uma checa, uma croata e uma colombiana. Foi fácil relacionar-se com elas?

—Eu gosto das jogadoras portuguesa­s e brasileira­s, adoro a vossa cultura e vou tentando entender a língua. A minha melhor amiga é croata e vivo com uma jogadora checa, o que é bom. Tenho uma ótima relação. Estamos todas aqui para fazer o nosso trabalho. Mas às vezes divertimo-nos fora do campo.

Como é a sua vida em Portugal?

—O treinador mantém-nos ocupadas com o treino, mas vivo em Espinho, à beira da praia, e tenho uma vista fantástica e super relaxante. Por isso, adoro. É um bom país.

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