DIOGO LEITE
“Pepe é uma referência para mim”
A atravessar uma boa fase no Union Berlin, o central garante, em entrevista a O JOGO, sentir-se bem no clube, mas não se compromete com nada em relação ao futuro. Elogios de Pepe retribuídos à mesma escala.
BRUNO FILIPE MONTEIRO
Jogador em evidência ●●● no primeiro terço da temporada na Alemanha, Diogo Leite olha para o presente com entusiasmo e assegura, em entrevista a O JOGO, que a saída do Braga e a dispensa da pré-época do FC Porto no passado recente não o afetaram. O Union Berlin tem a opção de transformar o empréstimo até junho numa transferência definitiva a troco de 7,5 milhões de euros, mas o central garante nada saber sobre o futuro.
O facto de não ter jogado tanto na parte final da última época no Braga e de não ter feito a pré-época no FC Porto se calhar levantou dúvidas sobre o valor que lhe apontavam na formação. Acredita que a mudança para a Alemanha o ajudou a recuperá-lo?
— Haverá sempre momentos menos bons na carreira de um jogador. A única diferença é a personalidade e a vontade que cada jogador tem de querer melhorar todos os dias. Sei que as fases não poderiam ser todas fantásticas, mas sabia que se continuasse a dar o melhor e a trabalhar todos os dias para melhorar, certamente teria de novo uma fase muito positiva. Vir para cá fez-me ter… Não digo mais confiança em mim, porque sempre tive e isso é importante, mas voltar a ter uma fase positiva. Não estou a dizer que não tive na época passada; não senti isso. Mas sim, agora sinto que estou mais constante, que estou a evoluir cada vez mais e quero continuar. Como se sentiu quando não começou a prétemporada do FC Porto? — No que puder controlar, vou dar sempre o meu melhor. E foi o que fiz. Trabalhei o meu máximo para que, quando recomeçasse, estivesse cem por cento bem fisicamente. Aliás, quando vim para cá até foi mais fácil, porque nunca deixei de treinar e estava preparado. O importante é a mentalidade de cada jogador e sempre fui um atleta que se motiva e que dá o melhor todos os dias.
Olhando para as circunstâncias da defesa do FC Porto, sente que esta temporada podia ter sido a ideal para agarrar o lugar?
— Tenho sempre em mente que é o momento, que estou preparado e luto sempre para isso. Obviamente que existirão momentos em que não se estará sempre no auge, mas tanto este ano, como no ano passado, como há dois anos, fiz sempre essa pré-preparação e tentei sempre estar preparado. No que puder controlar, darei sempre o meu melhor.
O sonho de voltar ao FC Porto ainda existe ou considera que esse capítulo se encontra encerrado e que está na altura de se desvincular?
— Não penso muito no futuro. Quero viver o presente e ele é aqui no Union. Estou muito bem e quero continuar a ajudar a equipa a trazer grandes resultados. O que controlo neste momento é o meu trabalho diário. O futuro, só Deus dirá. Por isso, não sei. O que posso dizer é que estou muito contente aqui no Union.
“Agora sinto que estou mais constante, que estou a evoluir cada vez mais e quero continuar”
“Voltar ao FC Porto? Não penso muito no futuro. Quero viver o presente e ele é aqui no Union”
“Melhor do FC Porto? Destacaria o Otávio, que é um jogador muito bom mesmo. O Taremi, também…”
“Pela equipa que é e pelo treinador que tem, estou seguro de que é possível ao FC Porto vencer o título”
O Union tem a possibilidade de acionar uma opção de compra (7,5 M€) para o adquirir em definitivo. Já lhe deram alguma indicações sobre o que desejam para o futuro?
— Como disse, o meu foco não é o futuro, é hoje, o momento. Não vou estar a pensar no futuro. Quero continuar a fazer o que estou a fazer no presente e a melhorar cada dia para ajudar o Union. Depois logo se vê.
Pepe disse em 2019 que o Diogo Leite seria uma referência da Seleção Nacional e do FC Porto. De que forma recebeu essas palavras?
— Vindo de quem vem, claro que fiquei bastante contente por ouvir essas palavras. O Pepe é uma referência para mim e, por isso, fiquei bastante feliz. Foram palavras que me deram ainda mais motivação.
Mas também criaram mais responsabilidade no sentido de provar essa previsão?
— Não, não… Não, porque tenho para mim que tenho de trabalhar sempre a cem por cento. Independentemente da responsabilidade que tenho, vou sempre dar o meu máximo. Sei que é uma granderesponsabilidaderepresentar Portugal, mas não vou mudar a minha atitude pelo que possam dizer. Não: vou dar sempre o meu melhor, dar sempre cem por cento e as coisas acontecerão naturalmente. Como disse, ouvir essas palavras do Pepe foi bastante agradável e interiorizei com bastante facilidade.