Ronaldo continua a ser uma prioridade
Na segunda-feira, Roberto Martínez prometeu falar com Ronaldo. Ontem, o selecionador estava em Riade. O capitão mantém intacto o estatuto de prioridade na Seleção. Pelo menos, para já.
Menos de 48 horas depois de ser apresentado como selecionador de Portugal, Roberto Martínez viajou para Riade, capital da Arábia Saudita. A FPF não o revelou, mas o Valência não sabia que era para guardar segredo e não resistiu a contar ao mundo. Ora, é em Riade que se disputa a Supertaça de Espanha, cuja final oporá o Real Madrid a Barcelona ou Bétis, depois de o Valência ter sido ontem eliminado. Pelos vistos, os espanhóis também não se comovem com o desrespeito do regime saudita pelos direitos humanos desde que possam cobrar o preço certo. No caso, cerca de 30 milhões de euros por edição, sendo que esta já é a terceira vez que a prova é disputada naquele país do médio oriente e do máximo cachet. Em boa verdade, os espanhóis nem são particularmente originais: os italianos já tinham tido a mesma ideia em 2019, quando a Lázio bateu a Juventus por 3-1 precisamente em Riade. Mas nada disto tem a ver com Roberto Martínez. É verdade que há portugueses envolvidos na competição – William Carvalho e Rui Silva no Bétis; até ontem, Thierry Correia e André Almeida no Valência – mas, mais relevante do que isso,
Riade é a casa do Al Nassr, clube de Cristiano Ronaldo. Se havia dúvidas sobre a importância que o capitão ainda pudesse ter na Seleção Nacional, a urgência que Martínez colocou no agendamento da tal conversa que prometeu ter com ele há dois dias deve esclarecê-las definitivamente. Claro que o teor da eventual conversa ficará entre os dois, pelo menos até que a próxima convocatória da Seleção levante uma ponta do véu sobre o que terá sido dito. Mas não deixa de ser relevante saber que, para já, a relação entre Martínez e Ronaldo é mais ou menos a de Maomé com a montanha.