De Braga ao apedrejamento
Os quase seis anos de ligação do técnico ao clube contaram com outros episódios complicados
Ao longo das últimas épocas, Conceição não se privou de mostrar desagrado mediante determinadas situações que interferiram com o seu trabalho ou com o bem-estar dos que lhe são próximos.
O recente desabafo de ●●●
Sérgio Conceição em relação ao trabalho que tem vindo a fazer no FC Porto (ver pág. anterior) não constitui a primeira vez em que o treinador entra em crispação com a SAD ou expressa desagrado em relação a outros quadrantes do clube. Olhando para as quase seis épocas de ligação entre as partes, há três episódios que saltam à vista e que motivaram intervenções públicas do técnico: a derrota na final da Taça da Liga de 2019/20, em Braga [em que chegou a colocar o lugar à disposição], a saída de Luis Díaz para o Liverpool, em janeiro do ano passado, e o apedrejamento ao carro onde seguiam a esposa de Sérgio, Liliana, e os filhos Rodrigo, jogador dos dragões, e Moisés, já nesta época.
Em janeiro de 2019, o FC Porto perdeu a final da Taça da Liga (0-1) frente ao Braga e Conceição admitiu a existência de “falta de união” dentro do clube, colocando, então, o lugar à disposição. “É difícil trabalharemcertascondições. Primeiro ano sem reforços e
sem dinheiro, segundo ano com falta de verdade desportiva e este ano sem união dentro do clube. Fica difícil. O meu lugar está à disposição do presidente”, disse, na altura, o homem do leme portista.
Já em 2021/22, [meses depois de ter renovado contrato até 2024] uma temporada que acabaria por terminar em beleza para os dragões, Sérgio não poupou nas críticas a pro
pósito da venda de Díaz em cima do fecho de mercado. “Nos grandes clubes, o planeamento é feito em função dos objetivos. Como existe pouco ou não há planeamento, temos de rever esses objetivos e pensar um no que vai ser o futuro próximo”, atirou.
De cariz distinto foi o recente caso do ataque à viatura da família de Sérgio Conceição à saída do Estádio do Dragão, após a derrota (0-4) sofrida na receção ao Brugge. Na altura, chegou a ser noticiado que o técnico teria considerado deixar o cargo, algo que Pinto da Costa desmentiu. “Abalou-o, mas não foi motivo para pensar que pudesse deixar de treinar o FC Porto”, garantiu. Dias depois, e em jeito de encerramento do capítulo, Sérgio frisou que “trocaria o sucesso desportivo pelo bem-estar” da família.
“Trocaria todo o sucesso desportivo pelo bem-estar da minha família” Sérgio Conceição Treinador do FC Porto