O Jogo

O miúdo que fintava meia equipa ao estilo de Ronaldinho

Bruno Onyemaechi vingou como defesa, mas nos primórdios, quando era ainda um imberbe garoto, destacava-se no seu meio como alguém capaz de encantar com os mais deliciosos pormenores.

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Lateral axadrezado revela o ídolo que se colou na sua Nigéria como alcunha e partilha a sua história. Podemos conhecer o Bruno dos primeiros sinais de encanto com o futebol?

—Na Nigéria, ainda criança, os amigos chamavam-me Ronaldinho. Era muito novo, mas tinha grandes atributos, procurava fazer tudo o que fazia o Ronaldinho, gostava muito de o imitar. Era uma grande inspiração que me chegava da televisão. Gostava de fintar toda a gente. Hoje em dia, com toda a experiênci­a que ganhei, já não pego na bola para driblar meia equipa . Tornei-me num bomjogador­taticament­e. Procuro fazer apenas o que o treinador e os colegas precisam.

Família numerosa com ligações ao futebol?

—Comecei com sete anos numa academia chamada Collins Edwin, os dois nomes dos filhos do proprietár­io. Sempre pensei em futebol, na escola só me preocupava com a bola, fugia para jogar e os meus professore­s chamavam os meus pais para relatarem as faltas.

E o sonho de ser jogador mereceu superação?

—Na Nigéria foi sempre difícil. Não tinha acesso a chuteiras nem a equipament­os. Não havia campos onde jogar, era só terra batida. Não era sobre o que precisava, era sobre o que tinha no momento. Os jogadores nigerianos pensam apenas onde querem chegar e sabem que têm de lutar para ser profission­ais de futebol. Têm de acreditar. Por vezes, não são as melhores oportunida­des, mas têm de ser agarradas.

“Todos os rapazes merecem as suas oportunida­des quando estão bem. Estou na seleção pelo que faço no campo, chamei a atenção e conquistei esse direito”

“Estou confortáve­l no posto de defesaesqu­erdo, mas se o míster o entender, estarei recetivo a crescer noutros lugares”

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