Martínez domina em dia de estrangeiros
Paulo Bento e Luís Castro marcaram presença no Fórum de Treinadores, apoiam a escolha da FPF e reforçam a “qualidade” do selecionador nacional
Experiência no contexto brasileiro colocou Luís Castro perante realidade “com pouco tempo” para os microciclos, cenário que Paulo Bento também sentiu. Avisos para Pepa, que vai para o Cruzeiro.
A Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF) juntou, durante dois dias, cerca de mil treinadores no Centro Cultural de Viana do Castelo e fechou, ontem, “com um balanço positivo”, segundo o seu presidente. José Pereira mostrou-se satisfeito pela adesão da classe a estas ações de formação em grande escala, até porque fazem parte do processo de evolução dos treinadores. O presidente da ANTF dá como exemplo os 400 profissionais que trabalham no estrangeiro como marca “da qualidade dos técnicos portugueses”.
O reconhecimento da competência é atestada também pelo número de técnicos que se afirmam no Brasil. Luís Castro é um deles, sempre disponível para partilhar as suas experiências, numa profissão em que o “treinador passou a ser olhado como uma máquina de produção de resultados e não como um ser humano”. Do que tem aprendido no contexto brasileiro é que tudo “é levado aos extremos”, a começar pela cobertura dos media, cujos “programas desportivos começam às oito da manhã e acabam às duas da madrugada”. Ao serviço do Botafogo, Luís Castro aprendeu “que no Brasil o futebol não é igual em todos os contextos e exige tempo diferente para o trabalho diário”.
A noção é partilhada por Paulo Bento, que orientou o Cruzeiro, clube para onde vai agora Pepa. “Não o poderei ajudar muito, porque esta estrutura do Cruzeiro será completamente diferente da que eu tive”, disse o ex-selecionador nacional, cargo agora desempenhado por Roberto Martínez, “um treinador com experiência como selecionador numa boa seleção, com uma participação extraordinária no Mundial de 2018, uma boa participação no Europeu de 2021 e experiência na Premier League”. Se a sua primeira convocatória foi ou não conservadora, Paulo Bento recorda que os selecionadores são “criticados por tomar certas decisões e criticados por não tomarem determinadas decisões”. “Se há uma revolução muito grande, se calhar deveríamos ser um bocadinho mais conservadores”, atirou Bento.
Luís Castro tem a mesma ideia de “qualidade” de Roberto Martínez e não acredita que o selecionador de Portugal ficará pelos três centrais. “Irá usar vários sistemas táticos”, diz o treinador do Botafogo, “até para preparar a equipa para as diferentes características dos adversários”.
Já Jorge Braz, selecionador de futsal, destaca em Martínez a “alegria que irradia ao falar de futebol”.
“Não tenho dúvidas que [Martínez] usará vários sistemas táticos” Luís Castro Treinador do Botafogo