O Jogo

“QUALIDADE SUBIU DE NÍVEL”

Campeão da primeira edição da Liga 3, com o Torreense, o técnico faz radiografi­a da prova e dos candidatos mais fortes

- ANDRÉ BASTOS

Sem clube desde que deixou o comando técnico do Torreense, em setembro último, Nuno Manta revela ter recebido convites para treinar neste escalão e também na II Liga, mas nenhum o aliciou.

Após passagens pelos bancos de Feirense, Marítimo e Aves, todos no principal escalão, Nuno Manta voltou a ser feliz quando, em novembro de 2021, aceitou o convite do Torreense e terminou a época como o primeiro campeão da Liga 3, derrotando na final a Oliveirens­e, no Jamor. O treinador, de 44 anos, admite que não contava ter saído de Torres Vedras em setembro, numa fase tão precoce da II Liga, mas, quando as exibições não se aliam aos resultados, a rutura é inevitável.

Foi o vencedor da primeira edição da Liga 3. Como tem visto a evolução desta prova?

—Aproveito para enaltecer o feito que o Torreense alcançou na época passada e deixar uma nota de orgulho e satisfação pelo trabalho conseguido por todos os jogadores, equipa técnica e staff. Toda a gente participou e deu o máximo; foi com muito sacrifício, união e foco que conseguimo­s um feito inédito. Há 24 anos que o clube procurava subir de divisão, e foi fantástico juntar a isso ser campeão na primeira edição da Liga 3. Quero dar os parabéns à Federação pela prova que iniciou. Hoje em dia, toda a gente acompanha esta Liga 3 a nível nacional. O Canal 11 e os jornais vão fazendo muita propaganda. No ano passado, que foi o arranque, pode ter falhado um ou outro aspeto. Este ano, por aquilo que fui vendo, a qualidade aumentou, a competitiv­idade também, e a luta pela qualificaç­ão para os primeiros quatro lugares e restantes foi até à última jornada . Há ainda o acréscimo de descerem duas equipas de cada grupo, e isso trará uma luta mais intensa.

Apostava nos oito clubes que se apuraram para a fase de subida ou houve alguma surpresa/desilusão?

—Recordando o início da competição, houve equipas que se assumiram como candidatas à subida, e havia outros clubes que, por terem descido de divisão, teriam suporte para a qualificaç­ão rumo à segunda fase. Houve três que me surpreende­ram não estarem entre os quatro primeiros: Académica, V. Setúbal e Varzim. À exceção deste, que lutou até à última jornada pelo apuramento, os outros surpreende­ram-me pela negativa. Realço o Länk Vilaverden­se e o Felgueiras pela regularida­de, e conseguira­m meritoriam­ente ficar nesses lugares. O Amora não foi surpresa, já é um trabalho que vem de base do ano passado, reforçou-se com jogadores provenient­es da II Liga e de patamares internacio­nais, e é uma equipa que tem alta percentage­m de lutas pelo acesso à II Liga.

E quem são os dois grandes favoritos a subir, e já agora o mais forte a suceder-lhe como campeão?

—Nesta fase, todas as equipas têm expectativ­as e legitimida­de para lutar pela subida. Há duas equipas que me parecem mais fortes, que são o U. Leiria e o Alverca, mas ambas estão no mesmo grupo. A primeira jornada é entre elas, e aí já se pode decidir muita coisa, apesar de o Felgueiras também poder entrar nessa luta. No outro grupo [Sanjoanens­e, Amora, Länk Vilaverden­se e Belenenses], vejo muito equilíbrio e igualdade. Os primeiros pontos vão contar muito.

A nível de jogadores, quem destacaria?

—Não acompanho todos os jogos, só alguns, dos outros vejo resumos. Por aquilo que vi, acho o Clé [Belenenses] um jogador interessan­te, com potencial para avançar para outras ligas. Van der Gaag e o Jair, ambos do U. Leiria, o Caleb [Amora], o Sacko e o João Santos, do Felgueiras, e o Pedro Santos [Braga B] também perspetivo que cheguem longe.

Na época passada, o Mateus foi considerad­o o melhor jogador, quem irá ser o próximo?

—Quando cheguei ao Torreense, só conhecia o Mateus como adversário, e tive o prazer de trabalhar com um grande profission­al como ele é. Ganhou o prémio com mérito, devido aos golos que fez

e ao trabalho de toda a equipa, por isso, não me surpreende­u. Quanto ao sucessor, vai passar um pouco pelo que acontecer agora.

Os adeptos terão um peso importante nas decisões?

—Os adeptos são sempre fundamenta­is, e quando chegámos a momentos de decisão notámos que se envolvem muito mais, assim como a comunidade em geral. Isso torna os jogos mais entusiasma­ntes e intensos. Ter estádios cheios é muito melhor para todos. Chegámos a ter oito mil pessoas no estádio [do Torreense] e no Jamor [na final da Liga 3] estiveram 12 mil.

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 ?? ?? NUNO MANTA FOI O PRIMEIRO TREINADOR CAMPEÃO NA LIGA 3, PELO TORREENSE “Houve três equipas que me surpreende­ram não estarem nos quatro primeiros: Académica, V. Setúbal e Varzim. U. Leiria e Alverca parecemme as mais fortes”
“Acho o Clé [Belenenses] um jogador interessan­te. Van der Gaag e o Jair, ambos do U. Leiria, o Caleb [Amora], o Sacko e o João Santos, do Felgueiras, e o Pedro Santos [Braga B] perspetivo que cheguem longe”
Nuno Manta Ex-treinador do Torreense
NUNO MANTA FOI O PRIMEIRO TREINADOR CAMPEÃO NA LIGA 3, PELO TORREENSE “Houve três equipas que me surpreende­ram não estarem nos quatro primeiros: Académica, V. Setúbal e Varzim. U. Leiria e Alverca parecemme as mais fortes” “Acho o Clé [Belenenses] um jogador interessan­te. Van der Gaag e o Jair, ambos do U. Leiria, o Caleb [Amora], o Sacko e o João Santos, do Felgueiras, e o Pedro Santos [Braga B] perspetivo que cheguem longe” Nuno Manta Ex-treinador do Torreense

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