Rampa na Feira e lição no Aves
Nuno Manta começou no clube do coração e viveu depois experiência traumática
Com um longo historial na formação do Feirense, o treinador iniciou o percurso no clube que sempre quis, tendo obtido duas inéditas permanências na I Liga. No Marítimo e no Aves não foi tão feliz.
ANDRÉ BASTOS
A temporada 2016/17 ficará para sempre na memória de Nuno Manta. O então adjunto de José Mota assumiu, de forma interina, o comando da equipa durante dois jogos, mas, face aos bons resultados, foi convidado pela SAD assumir o cargo de treinador principal, conseguindo obter nesse ano a permanência na I Liga, à qual juntou depois a melhor classificação de sempre dos fogaceiros (48 pontos). “O Feirense foi onde iniciei; é o clube da minha terra, do coração. Quandocomeceicomotreinador principal, foi o concretizar de um objetivo. Se calhar, esse desejo proporcionou-se muito mais cedo do que previa, mas, quando apareceu, agarrei a oportunidade”, frisou o treinador. “Conseguimos duas permanências por alturas do centenário do clube, potencializámos vários jogadores, como Tiago Silva, Flávio Ramos, Briseño, Caio Secco, e isso refletiu-se também nas vendas do Etebo e do Vaná”, recordou Nuno Manta, que não foi tão feliz na terceira
temporada em Santa Maria da Feira, acabando despedido a meiodeumaépocaqueculminou com a descida ao segundo escalão. Seguiu-se o Marítimo, onde a passagem foi curta. “Foi a primeira experiência fora da zona de conforto, mas gostei da maneira como fui recebido
na Madeira. Infelizmente, e em virtude de alguns contratempos e outras circunstâncias, a caminhada foi interrompida mais cedo do que desejávamos”, resumiu. Nessa mesma época (2019/20), Manta fez a ponta final no Aves, onde a experiência foi fatídica, mas fê-lo crescer. “Parti para esse projeto cheio de vontade, porque acreditava ser possível evitar a descida. Os responsáveis do clube fizeram promessas, mas percebemos, tanto a equipa técnica como os jogadores, que tínhamos sido iludidos. Foi uma experiência marcante, mas também uma lição de vida, que serviu para me tornar mais forte. Depois desse calvário, apareceu o Torreense, a quem agradeço”.
“No Feirense, potencializámos vários jogadores e refletiu-se nas vendas do Etebo e Vaná” Nuno Manta Treinador