O Jogo

Carvalhal conquista o Celtismo

TOQUE DE MIDAS Técnico português revolucion­ou comportame­ntos e transporto­u Celta da zona de despromoçã­o para o 10º lugar de La Liga. Absolutame­nte adorado

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Através de cinco testemunho­s, percebe-se aqui o grau de encanto com o trabalho do português, que chegou ao Celta no início de novembro. Rendição unânime e desejo de ligação duradoura.

PEDRO CADIMA

Carlos Carvalhal é já um sucessos em igualem Vigo, tendo caído na graça dos vigueses e dos adeptos do Celta comum a valorizaçã­o sentida e calorosa. O técnico português galvanizou Balaídos, fortaleceu os laços nas bancadas, dinamizou a cumplicida­de e os afetos entre os jogadores e a cidade. Multiplica­m-se as sensações que o Celta descobriu um treinador para longo prazo com níveis de empatia e competênci­a profundame­nte enraizados.

O JOGO quis ouvira nação celestes obre o homemque transformo­u a época, que meteu travão nas angústias dos adeptos e nas desconfian­ças do grupo. Há um rescaldo avassalado­r de entusiasmo com Carvalhal a poder saborear algo parecido ao que viveu no Sheffield Wednesday. Através de conversas com o jornalista Pedro Pablo Alonso, com o multifacet­ado repórter e entertaine­r televisivo Gonzo, com o ator Morris, com o ciclista Óscar Pereiro e como antigo jogador Toni D ovale… aconclusão­éuma,ú nica e lapidar: Carvalhal conquistou Vigo pela serenidade e visão. É quem pode devolver sonhos maiores ao clube galego, que viveu fase dourada com M os tovoi,K ar pin,Makelelé, Gustavo López e Mazinho em anos de Victor Fernández. Da fuga aos lugares de despromoçã­o ao alento europeu…do renascimen­to de Aspas à explosão de Gabri Veiga, há um toque de Midas do técnico, que vai além dos resultados, suplanta o evidente, sublima uma comunhão. O encanto tem crescido, exponencia­do com o 3-0 ao Rayo e o 3-1 no reduto do Espanhol, não havendo vestígio de qualquer rasto de indiferenç­a.

“A valorizaçã­o do seu trabalho não se cinge a nos ter retirado da aflição, ele trouxe coisas que nos emocionam para lá da classifica­ção. Já não vemos cada jogo com angústia. Ser adepto do Celta antes era saber que um jogo podia estar favorável e, de súbito, o adversário marcava, empatava ou vencia a acabar. Não havia um jogo fechado. Ele trouxe ordem e uma ideia clara”, ressalva Gonzo… endossando a Pedro Pablo Alonso.

“Há um contentame­nto global, apanhou uma equipa muito tocada. Tem tido o grande mérito de não se acomodar a um estilo, tem desenvolvi­do a equipa e buscado variações. Seis vitórias, três empates e três derrotas dizem bem o que tem feito. A comunicaçã­o é muito eficaz, nas conferênci­as, também com os adeptos e com os jogadores. Agitou as mentes!”, reconhece, louvando outro pormenor. “Coudet mexia muito pouco na equipa, confiava em 12/13 jogadores. Já Carvalhalm­ove as peças, percebeu a amplitude das opções e conseguiue­nvolver e moralizar todos. Há uma conexão fortíssima com o plantel”, elogia. António Duran ‘Morris’, ator da série Fariña, é outro que se curva ao cunho luso.

“A equipa subiu muitos lugares mas o que mais me alegra é o estilo próprio,éasegu rança, mesmo em jogos que se merecia melhor sorte . Carvalhal ganhou o celtismo em poucas semanas. É um homem tranquilo, chamou-me a atenção a forma como falou da atitude, queé algo que fazp arte do trabalhodi­ário. Ouvindo-o, percebe-seque a atitude não se impele com conversas,écomt reino. Ele conseguiu isso, explicando o trabalho para pressionar e recuperar a bola.”

Da depressão à Rianxeira

Outro adepto ferrenho do Celtaéobem­conhe cid o ex-ciclista Óscar Pereiro, vencedor de uma Volta a França e com carreira iniciada em Portugal, na Porta da Ravessa. Apaixonado pelo futebol, também foi avançado no Coruxo,n as proximidad­es de Vigo .“Houve incertezac­oma destituiçã­o de C ou det. Até porque se perdera confiança no plantel. Carvalhal foi uma surpresa, poucos o conheciam e ele percebeu que tinha de convencer com resultados, provar que estava capacitado para orientar o Celta. Testou com a defesa a cinco e rapidament­e mudou. Acertou e a equipa prova agora o potencial que tem. Ele conquistou os adeptos, motivou a equipa, e estabelece­u essa identidade perfeita com Vigo”, sublinha.

“Carvalhal foi toda uma descoberta. A equipa estava deprimida, jogava nervosa e os jogadores de qualidade não a mostravam. Ele fez um grupo, fez um onze forte, limou as peças e fez destacar G abri Veiga. Houve mudanças importante­s, os adeptos aplaudiram e deram o seu calor, deram ao jogador mais fome na disputa de cada lance. Ele foi inteligent­e a mexer conforme o rival” enaltece e constata a febre em forma de rendição: “Balaídos respira outra confiança e já se canta de novo ‘A Rianxeira’ tão própria das grandes tardes de futebol em Vigo. Soou pela primeira vez com o Rayo, ao fim de alguns anos. Carvalhal tem de ser gabado”, ilustra Pereiro.

Toni Dovale, agora com 32 anos, foi um defesa do Celta que acompanhou os primeiros anos de Aspas em Vigo. Hoje é agente , após ter trabalhado numa farmácia durante a dura pandemia. Alinha, sem ro

“Merece projeto para dois anos e deveria contar com contrataçõ­es importante­s para lutar pela UEFA. Pela dinâmica e como prepara os jogos” Óscar Pereiro Antigo ciclista, vencedor do Tour

Cinco vozes: Português socorreu equipa, devolveu sorrisos e assegurou futuro

deios, nos tributos.

“O efeito da sua chegada foi muito positivo, digo-o como adepto e olhando aos amigos que ainda tenho no plantel. Estou muito feliz pela reação de todos, o desempenho recente tem sido excelente, Carvalhal conseguiu dar a volta a uma dinâmica muito complicada em pouco tempo.Revela mestria”, frisa: “Vejo a cidade encantada, a comunhão entre adeptos e balneário foi restabelec­ida. Estamos

a falar de adeptos exigentes mas gratos. O treinador foi responsáve­l por tudo isto, elevouodes­empenhodos­atletas e o seu discurso, aliado a um caráter humilde, tem sido apreciado”, completa.

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