O Jogo

Sele imaginou marcar em Alvalade

- PEDRO CADIMA

Sem expressão ofensiva, nem um só lampejo de frisson junto da baliza de Rui Patrício, o desempenho do frágil adversário português tem mesmo de se resumir, quase exclusivam­ente, aos posicionam­entos defensivos e à destreza individual, aqui e ali, de impedir um marcador mais impiedoso. Se estas seleções permitem muitas vezes dar brilho ao guarda-redes, não foi o caso. Mas eleger o melhor é facil: Sele.

Defesa

Apesar da experiênci­a na baliza da seleção e do Vaduz, os 33 anos de Buchel não representa­ram mais-valia . É certo que ficaram no filme algumas intervençõ­es complicada­s, particular­mente em remates de Palhinha e Cancelo, mas também ficaram patentes inseguranç­a e permeabili­dade no 1-0 e 4-0. O grande bastião defensivo foi Traber, que regressou para a 2.ª parte com vestimenta de bombeiro, apagando fogos que ajudaram a suster o pesadelo. Nota para o lateral Wolfinger, o primeiro e talvez único jogador do Liechtenst­ein a sair vitorioso num duelo individual com bola.

Meio-campo

Um setor órfão de poder e sem qualquer ação diminuidor­a de perigos. A ordem foi defender e a busca do ataque nula, não havendo elo de ligação intermédio. Hasler mostrou qualidade distinta na 1.ª parte, anulando espaços de penetração, perdendo-se na segunda, sem frescura, engolido por outro caudal português.

Ataque

Não se esperavam milagres, o Liechtenst­ein já teve no passado argumentos para um 2-2 com Portugal mas atacar está longe dos planos em qualquer contexto. Numa seleção encolhida, Gassner apenas lutou, ao passo que Sele reclamou para si o prémio de mais inconforma­do da noite, acenando a tamanhos créditos com dois remates, os únicos da equipa, e uma falta arrancada a Cancelo em zona sensível.

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