Roberto Martínez “Bom começo, mas com obsessão de melhorar”
Espanhol entrou ao comando com chapa 4 e mostrou que há um caminho que pode dar bons frutos. Premissas para o jogo foram respeitadas, mas Luxemburgo pede mais
Selecionador ficou convencido com atributos de Portugal, mas espera ver mais nos próximos capítulos, cingindo reparos à meia hora final da primeira parte, com excesso de individualismo.
“Gostei muito da atitude sem bola, nada permitimos ao adversário, num jogo traiçoeiro”
PEDRO CADIMA
Roberto Martínez entrou a vencer e gostou da autoridade da equipa, expondo as razões de muitas escolhas.
Era esta a estreia que idealizava?
—O mais importante foi a atitude e a consciência de equipa. E foram os três pontos, bem como a oportunidade de os jogadores me conhecerem melhor. Começámos o jogo muito bem e depois frustrámo-nos cerca de meia hora. A segunda parte foi diferente, bem interpretada. O que parece fácil pode ser um jogo traiçoeiro.
“Jogar com três centrais é defender com menos e os centrais, entre eles Danilo, jogaram todos no meio”
Destacando algo em particular, por onde vai?
—Realço o comportamento que tivemos sem bola; não permitir contra-ataques. Nesse aspeto, foi um controlo excecional, sufocando o adversário. É um bom começo, mas devemos melhorar muito.Temos essa obsessão.
Este primeiro ambiente entusiasma-o nesta era?
—Temos de desfrutar de ocasiões assim, creio que o público foi fantástico, carregado de energia. Apercebi-me de que quando jogas pela Seleção de Por tu galé especial, e os jogadores seguiram alinha. Foi mais um passo para preparar o próximo jogo. O Luxemburgo será diferente. Saio muito satisfeito
com a capacidade de análise dos meus jogadores.
Taticamente, pode expor a razão dos três centrais?
—Quanto àparte tática, é sempre importante entender o jogo, iríamos ter pela frente um bloco muito baixo. Jogar com três centrais permite defender com menos jogadores, atendendo à tradicional linha de quatro. É importante analisar quem foram os centrais, ter Danilo entre esses três permitiu-nos que ele jogasse mais à frente. Os nossos centrais jogaram nomeio. Essaéa flexibil idade que devemos ter, há formas, o grupo deve mover-se por elas, mas o sistema é só no início.
Não pensou em juntar
Ronaldo e Gonçalo?
—Queria saber mais das relações internas, verações entrelinhas, sabendo que o Joãojogar muito bem na ala ou em posições interiores. Temos assente que dois pontasde-lança podem coabitar sempre. A ideia inicial foi jogar com um, era importante ver como nos movíamos também com Bruno Fernandes e Bernardo Silva. Estou ainda a conhecer as melhores possibilidades par atirar o máximo rendimento de todos.
Fica ligado ao lançamento do Gonçalo Inácio. Feliz?
—O Gonçalo tem um perfil moderno, adorei a sua personalidade ao longo de 90 minutos, admirável para um estreante.
Joga há muito numa linha de três, defende mais acima, ataca a bola em zonas altas. Jogando na sua casa, entendi que era a estreia ideal para ele. Pareceu-me um pouco nervoso na primeira parte, a segunda foi de altíssimo nível.
“Quero conversar com Fernando Santos em maio, obter informação e saber mais do grande trabalho que fez aqui”
Teve chance de trocar ideias com o antecessor?
—É algo que quero fazer quandoestivermos juntos em maio, para saber mais sobre o grande trabalho que fez. É importante conversar e recolher informação. Tenho o máximo respeito pelo que conseguiu .
“Este é um novo ciclo, para estar aqui é preciso compromisso. Ronaldo mostrou isso”
E sobre Ronaldo...
—É um novo ciclo, para estar aqui é preciso estar comprometido. Ele mostrou isso e garante experiência.