“Marcando e assistindo ganho muito mais valor”
EUSTÁQUIO Portista abordou evolução com Sérgio Conceição no podcast “The 90th Minute”, lembrando as lições que o fizeram crescer no campo e adquirir apetite ofensivo
Apesar da conversa ter sido dominada pelo momento da seleção do Canadá, o médio elogiou o técnico azul e branco e teve tempo de gabar muito o exemplo maior do plantel, que dá pelo nome de Pepe.
Concentrado com o Canadá para defrontar Curaçau, já na madrugada de sábado para domingo, e ainda Honduras (dia 29), Eustáquio foi estrela convidada pela jornalista Caroline Salame no podcast “The 90th Minute”. O médio dos dragões foi gabado pelo seu papel na seleção, particularmente no Mundial, mas também pelos desempenhos que lhe deram outro relevo no FC Porto e, especialmente, na montra da Champions. Assumiu a satisfação pelos números na época, exaltando a evolução lograda com Sérgio Conceição, explicada por 33 jogos, sete golos e seis assistências. “Quando cheguei ao FC Porto corria muito, é certo, podia fazer 11 quilómetros, mas corria apenas pelo meio-campo defensivo. Não marcava golos nem fazia assistências. Era aquele rapaz com qualidade de passe, mas corria mais do que devia”, recordou Eustáquio, valorizando a mensagem que recebeu do técnico azul e branco após ter chegado do Paços de Ferreira. “Alertou-me que corria muito e tinha grandes capacidades, mas que tinha de tirar vantagem na parte ofensiva. Fez-me avançar mais. Acho que me completei. O golo ao Atlético Madrid é um bom exemplo, em que me junto ao contra-ataque e deixo o Witsel para trás para aparecer a concluir”, rebobinou.
O momento de festa com o Atlético foi dos mais vistosos da época para Eustáquio e permitiu-lhe ganhar protagonismo na Liga dos Campeões. “Quando um médio marca e assiste ganha muito mais valor. E com sete golos e seis assistências estou no bom caminho. Posso ter essa qualidade de passe, posso ser um grande box-to-box mas se marcar golos causo outro impacto”, concluiu o médio, saciando a curiosidade sobre o papel vital, ainda hoje, de Pepe. “É um dos atletas mais profissionais que conheci. Tem 40 anos, mas se o virmos no campo, pode numa recuperação correr muito mais do que eu, que tenho 26, ou de colegas de 22. Ele é impressionante, nunca gere a sua condição, nunca se coloca à parte de qualquer treino. Não relaxa. Isso tem a ver com o seu estilo de vida em casa e com a qualidade com que treina. E os resultados disso estão à vista a cada fim de semana”, relatou o internacional canadiano.
Presente pela primeira vez num Mundial em 2022, Eustáquio explicou as sensações sobre o certame organizado pelo Catar a partir dos desafios contraaBélgica,deDeBruyne, e a Croácia, de Modric. “Mais do que o jogo especial que fizemos contra a Bélgica, destaco a Croácia. Ver Modric, Kovacic e Brozovic no meio-campo foi incrível. Esse jogo foi mais aprendizagem do que propriamente encarar um adversário no campo”, realçou.
“Nunca gere a sua condição, nunca se coloca à parte de um treino. Pepe é impressionante”
Eustáquio Médio do FC Porto e do Canadá