O Jogo

NO NAME BOYS SÃO OS MAIS BELICOSOS

Estudo da PSP revela que a claque afeta ao Benfica lidera as notificaçõ­es, com 401 incidentes, nos jogos da UEFA feitos em Portugal

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Jogos das provas europeias que decorreram em Portugal, até ao momento, suplantara­m em cerca de 200 os incidentes da época anterior. A maioria dos casos está relacionad­a com engenhos pirotécnic­os.

O estudo divulgado ontem, na abertura do seminário Estádios de Sítio, na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, revela que os incidentes registados pela Polícia de Segurança Pública (PSP) no âmbito dos jogos da UEFA em Portugal, até ao momento, suplantara­m em cerca de 200 os ocorridos na temporada passada. Estes indicadore­s, de 533 casos até agora, relativos ao período de 1 de junho de 2022 a 20 de fevereiro de 2023, contra os 330 registados na última temporada de jogos europeus, confirmam “um aumento gradual de incidentes pós-pandemia”.

De acordo com o comissário Iúri Rodrigues, o aumento de incidentes em contexto dos jogos da UEFA, maioritari­amente ligados à posse e uso de engenhos piro técnicos, demonstra uma“maior proa ti vida de policial na sua prevenção e deteção”.

Circunscre­vendo o estudo à ação dos grupos de adeptos dos três principais clubes portuguese­s, os No Name Boys, ligados ao Benfica, estão envolvidos em 401 incidentes, o que os coloca no topo das notificaçõ­es, seguidos da Juventude Leonina (Sporting), com 172, e dos Super Dragões (FC Porto), com 138. Acrescenta­ndo a estes casos os números do Braga, habitual participan­te nas provas da UEFA, as claques são responsáve­is por 82,4 por cento dos incidentes de violência registados pela PSP.

Para além dos engenhos pirotécnic­os, outros dos aspetos de violência ligados ao desporto que tem merecido a atenção da polícia está relacionad­a com o fenómeno denominado “casual”, uma subcultura do hooliganis­mo “com um nível de violência superior, premeditad­a e mais organizada, que remonta, no caso de Portugal, a 2013, com confrontos entre adeptos do Braga e do FC Porto”, explicou o comissário Ricardo Conceição. Os denominado­s “casual”, quase sempre sem ligação conhecida às claques oficiais, organizam-se em grupos e envergam camisolas sem símbolos clubístico­s, com o propósito de iludir a vigilância dos agentes de segurança, e são extremamen­te violentos.

O estudo apresentad­o pela PSP no seminário Estádios de Sítio adianta ainda que, no âmbito do combate e prevenção de violência associada ao desporto, 313 pessoas estão impedidas de frequentar os recintos desportivo­s.

A quarta edição desta iniciativa, que tem como tema A segurança, a proteção e o serviço na abordagem multi-institucio­nal, integrada e equilibrad­a - Um processo de responsabi­lidade partilhada, termina hoje.

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PSP refere um “aumento de incidentes pós-pandemia”

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