Ronaldo feliz, selecionador em paz

Sem permitir conclusões sobre o que Portugal poderá valer nas mãos de Roberto Martínez, o jogo com o Liechtenstein serviu, pelo menos, para reconciliar Ronaldo com a Seleção.

1 Se um jogo é sempre uma amostra pequena, um jogo contra o Liechtenstein nunca serviria para tirar grandes conclusões sobre o que Portugal pode valer nas mãos de Roberto Martínez. Ainda assim, do jogo de ontem em Alvalade ficou a confirmação de que o espanhol quer mesmo jogar com três centrais. O que isso pode valer na dinâmica da equipa, seja no processo defensivo, seja no ataque, será uma incógnita até aparecer um adversário capaz de oferecer um teste mais fiável. A boa notícia, para lá da vitória tranquila no arranque do apuramento para o Europeu do próximo ano, foi mesmo Ronaldo, que bateu mais um recorde, marcou mais dois golos e, sobretudo, voltou a ser feliz na Seleção. Ora, todos sabemos como isso pode ser importante, desde logo para a paz de espírito do selecionador.

2 A Liga foi ouvida no Parlamento no âmbito do Grupo de Trabalho de Integridade, Igualdade e Combate à Violência no Desporto, defendendo a implementação de medidas de reforço da segurança como forma de fomentar o regresso das famílias aos estádios. É indiscutível que a sensação de segurança é essencial para que o futebol consiga atrair famílias para as bancadas. Por outro lado, proclamar que são necessárias mais medidas, mais draconianas não será exatamente o caminho mais curto para que as pessoas se sintam mais seguras, mas também é verdade que os problemas não desaparecem só por não falarmos deles. Por exemplo, não dizer que jogos agendados para as 21h15 de um dia da semana em pleno inverno são pouco atrativos não faz com que esse obstáculo ao regresso das famílias aos estádios desapareça.