JOÃO ALMEIDA E AS ESCOLHAS DIFÍCEIS
Português regressa ao Giro apontado ao pódio e terá uma equipa mais forte... se todos o ajudarem
“Vou lutar por um grande resultado”, disse João Almeida sobre a Volta a Itália que se inicia sábado, não escondendo que isso significa um pódio. A UAE Emirates, em teoria, reforçou o seu elenco.
João Almeida está otimista para a sua quarta presença na Volta a Itália, que arranca sábado, perto de Pescara, com o primeiro dos três contrarrelógios que este ano devem ter um peso decisivo. Este facto diminui a importância das equipas de apoio aos candidatos à vitória, mas o jovem português, que já fez um quarto e um sexto lugares, tendo desistido há um ano (com covid19), quando lutava pelo pódio, vai ter uma UAE Emirates mais forte na teoria, faltando saber se o será na prática.
Em relação ao ano passado, Almeida mantém os italianos Formolo, Covi e Ulissi como colegas, terá a ajuda limitada de um sprinter e do seu lançador – há um ano eram Gaviria e Richeze, agora serão Ackermann e Gibbons – e as maiores trocas são as entradas de Brandon McNulty e Jay Vine para os lugares de Rui Costa e Rui Oliveira. O norte-americano e o australiano poderão ir mais longe nas montanhas, mas dificilmente igualarão a dedicação a Almeida exibida pelos dois compatriotas. Em especial Vine, uma surpresa ao fazer-se profissional vindo da Academia Zwift – ciclismo virtual – e ganhar duas etapas de montanha na Vuelta, para já este ano se sagrar campeão australiano de contrarrelógio e vencer o Tour Down Under.
“Será um forte lugar-tenente para Almeida e poderá ter as suas próprias possibilidades, dependendo de como a corrida se desenvolver”, anunciou a própria UAE Emirates, o que não é entusiasmante.
“A preparação foi muito boa.
Acho que tenho sido consistente este ano e tivemos um grande bloco de treino em altitude em Sierra Nevada. Estamos muito bem como grupo, tantofísicacomomentalmente”, declarou o caldense de 24 anos, que está “ansioso por voltar e lutar por um grande resultado”. Como é natural, Almeida só colocou a nível interno as dúvidas que também terá sentido, mas na liderança da equipa terá um forte apoiante: se os diretores desportivos nos carros serão os italianos Fabio Baldato e Marco Marzano, na estratégia geral estará ainda o manager Joxean Matxin, o espanhol que o descobriu ainda juvenil e o contratou à Quick-Step.
Num Giro com muitos “cronos” e dois pesos-pesados, Primoz Roglic e Remco Evenepoel, a realidade é que para os restantes candidatos o apoio dasequipaspoderánãoserfun- damental. Embora, e sendo conhecidaaformadeoportuguês encarar as subidas, sempre no seuritmo,fosseútilqueporvezes a célebre alcunha “Reboques Almeida” – por subir sozinho, levando outros na roda – tivesse outra designação.
“Depois da deceção do ano passado, estou ansioso por voltar e lutar por um grande resultado”
“Naturalmente, o objetivo é uma boa classificação geral, mas temos gente para ganhar etapas” João Almeida UAE Team Emirates