Pena mais pesada para Joni Brandão
Defendendo-se até ao fim, foi a última das estrelas da W52-FC Porto a ser castigada pela ADoP, que o suspendeu seis anos. Não sabe se volta Uma hormona de crescimento e dois medicamentos para a infertilidade feminina que estão na lista de produtos proibid
A Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) encerrou ontem o processo de Joni Brandão, o último dos principais corredores da W52-FC Porto envolvidos na operação “Prova Limpa” – falta apenas um ciclista, Jorge Magalhães –, suspendendo-o por seis anos, até 14 de julho de 2028. É a mais pesada das penas por “posse de substância proibida e método proibido” e deve-se ao facto de o corredor de Travanca nunca ter confessado, ao contrário da maioria dos colegas.
Joni Brandão disse a O JOGO não fazer “comentários sobre o processo e as suas notícias”, mas os produtos encontrados e divulgados pela ADoP, genotropim, insulina, menotropina e menopur, permitem perceber a sua contestação. Se o primeiro é uma hormona de crescimentosemelhanteàencontrada nas casas de alguns dos seus antigos colegas, os dois últimos são medicamentos para o tratamento da infer-*
tilidade feminina, estando na lista de produtos proibidos por também serem hormonas.
Tendo 33 anos, Joni Brandão, que admitiu a O JOGO não saber qual será o seu futuro próximo, nem querer “gastar dinheiro” num recurso quando está quase há um ano sem equipa, só poderá voltar a competir quando tiver 38 anos e oito meses. “Não sei se quero regressar. Isso ainda não foi pensado”, desabafou.
Para a história deixa um palmarés com três segundos lugares
na Volta a Portugal, não lhe tendo sido ainda atribuída a vitória em 2018, por desclassificação de Raul Alarcón. Campeão nacional em 2013, foi o maior rival da W52-FC Porto, que acabou por representar nas duas últimas épocas. Totalizando 21 vitórias, a última foi no Grande Prémio O JOGO de 2021.
A maioria dos corredores da W52-FC Porto, tendo colaborado com as autoridades, teve a pena reduzida a três anos e poderá regressar em 2025,
embora só José Neves o deva fazer, pois Samuel Caldeira, Rui Vinhas, Ricardo Mestre e Daniel Mestre já têm mais de 35 anos. José Gonçalves, de 36, tem pena até 2026, tal como Amaro Antunes, este suspenso quatro anos pela União Ciclista Internacional. A pena de João Rodrigues vai até 2029 e a de Ricardo Vilela até 2032, estes por acumularem a suspensão por posse de produtos proibidos com o castigo de quatro anos por falhas no passaporte biológico.