O Jogo

O calendário que protege também castiga

- Jorge.maia@ojogo.pt

A proteção que o sorteio do calendário da Liga deu ao Benfica na fase inicial da época empurrou para o final a maior parte das dificuldad­es.

Numa competição em que, inevitavel­mente, todos jogam contra todos, o calendário que protege no início é o mesmo calendário que castiga mais adiante. Tome-se o caso do Benfica como exemplo. Tal como já tinha acontecido na época passada, os encarnados saíram disparados dos blocos de partida antes do rivais, pressionad­os como estavam para garantir o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões e aos milhões que lhe correspond­em. E, tal como aconteceu na última temporada, beneficiar­am da proteção que o sorteio do calendário da Liga oferece às equipas que participam em pré-eliminatór­ias europeias. Evitaram, por exemplo, confrontos durante as primeiras jornadas com as outras quatro equipas que nas três épocas anteriores tiveram a melhor classifica­ção média - FC Porto, Sporting, Braga e Vitória de Guimarães – e aproveitar­am essa “folga” para ganharem balanço. Ora, nem de propósito, o primeiro deslize da equipa de Roger Schmidt aconteceu precisamen­te na primeira vez que teve de enfrentar uma dessas quatro equipas, o Vitória, à passagem da oitava jornada. Os tropeções seguintes acontecera­m às mãos de Braga, Sporting e FC Porto, com o Chaves a representa­r a proverbial exceção à regra. A questão é que as facilidade­s iniciais empurraram as dificuldad­es para a ponta final do campeonato e é com esse calendário agreste que o Benfica tem de lidar agora. A boa notícia, para a equipa de Schmidt, é que a meta já está à vista. A má, é que está colocada no topo de uma contagem de montanha de primeira categoria.

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