O calendário que protege também castiga
A proteção que o sorteio do calendário da Liga deu ao Benfica na fase inicial da época empurrou para o final a maior parte das dificuldades.
Numa competição em que, inevitavelmente, todos jogam contra todos, o calendário que protege no início é o mesmo calendário que castiga mais adiante. Tome-se o caso do Benfica como exemplo. Tal como já tinha acontecido na época passada, os encarnados saíram disparados dos blocos de partida antes do rivais, pressionados como estavam para garantir o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões e aos milhões que lhe correspondem. E, tal como aconteceu na última temporada, beneficiaram da proteção que o sorteio do calendário da Liga oferece às equipas que participam em pré-eliminatórias europeias. Evitaram, por exemplo, confrontos durante as primeiras jornadas com as outras quatro equipas que nas três épocas anteriores tiveram a melhor classificação média - FC Porto, Sporting, Braga e Vitória de Guimarães – e aproveitaram essa “folga” para ganharem balanço. Ora, nem de propósito, o primeiro deslize da equipa de Roger Schmidt aconteceu precisamente na primeira vez que teve de enfrentar uma dessas quatro equipas, o Vitória, à passagem da oitava jornada. Os tropeções seguintes aconteceram às mãos de Braga, Sporting e FC Porto, com o Chaves a representar a proverbial exceção à regra. A questão é que as facilidades iniciais empurraram as dificuldades para a ponta final do campeonato e é com esse calendário agreste que o Benfica tem de lidar agora. A boa notícia, para a equipa de Schmidt, é que a meta já está à vista. A má, é que está colocada no topo de uma contagem de montanha de primeira categoria.