“FOI SURREAL VER JESUS DE JOELHOS”
Dez anos depois do golo aos 90’+2’ contra o Benfica, o herói do título de 2012/13 recorda, em O JOGO, “lágrimas de felicidade” e o “sonho realizado”
A 11 de maio de 2013 o brasileiro marcava um dos golos mais icónicos da história do FC Porto e que lhe valeu um espaço no museu. Convidado a puxar a fita atrás, mostra que o tempo não apagou nada.
Há nomes e momentos que são indissociáveis. É o caso deKelvinedogolomarcadoaos 90’+2’doclássicocomoBenfica, em 2012/13, no Dragão. No dia em que se cumprem 10 anos do remate certeiro, o ex-FC Porto, agora no Japão, recorda todas as reações de um instante “que nunca vai morrer”.
Podemos recordar aquele golo como o momento mais marcante da carreira?
—Foi um dos mais importantes, sem dúvida. Eu era muito jovem, tinha 19 anos e muita coisa pela frente. Correspondi à grande responsabilidade que era jogar um FC Porto-Benfica. Tive outros momentos bons na minha carreira, fui campeão brasileiro no Palmeiras, estive em jogos importantes pelo São Paulo na Taça Libertadores, onde também me senti realizado, mas fazer um golo e decidir um campeonato é diferente. Um sonho tornado real, porque acompanhava o FC Porto desde criança. Sempre
foi um clube conhecido no Brasil e aquele era um clássico especial. É um momento que nunca vai morrer.
Que reação o marcou mais?
—Lembro-me de ver o Danilo a ir à volta do campo. Havia adeptos no relvado, outros a chamarem-me e eu queria saltar para lá, mas já me tinham agarrado.Everomomentoem que Jorge Jesus se ajoelha foi surreal. Isso marca. Foi um momentofantásticoparaofutebol em geral, não só para nós. E depois o presidente Pinto da Costa, que me surpreendeu com o meu espaço no museu. Sou-lhe grato até hoje; a ele e ao FC Porto. No início a ficha não tinha caído, foi tudo muito rápido naquela época.
O GOLO DE KELVIN PERMITIU AO FC PORTO ULTRAPASSAR O BENFICA NO TOPO DA I LIGA 2012/13 NA PENÚLTIMA JORNADA
Guarda na memória algum discurso após o golo?
—Lembro-me mais de um detalhe: entrei no balneário e vi o Vítor Pereira a chorar imenso. Quando olhou para mim ainda chorou mais, abraçavame e não conseguia falar. Só chorava de felicidade. Vai ficar marcado na minha memória. Mostrou ali o que todos estávamos a sentir. Foi um momento de tensão que conseguimos transformar num passo importante para o título.
“Quando Vítor Pereira olhou para mim ainda chorou mais, não conseguia falar” Kelvin Ex-jogador do FC Porto