“Rui Costa merece o que está a viver”
Mantém uma relação próxima com Rui Costa? Como estará o presidente do Benfica a viver este momento?
—Mantenho uma boa relação com ele, tenho ido várias vezes ver jogos do Benfica e aproveito para colocar a conversa em dia. Estará a viver à Rui Costa, um desportista, um benfiquista, que foge felizmente ao “protocolo” que alguns presidentes ainda têm. É uma lufada de ar fresco, alguém que vive as coisas com mais emoção, ser mais adepto não faz mal a ninguém, desde que não seja incorreto com ninguém. Olhando ao último jogo, tivemos um presidente, o do Braga, comum gesto inadmissível. No lugar de Rui Costa, enquanto ele não pedisse desculpas públicas a ele e ao Benfica nunca mais seria convidado para a tribuna presidencial. A não ser que o Rui tenha tido o mesmo comportamento em Braga quando o Benfica foi eliminado da Taça de Portugal.
O Rui Costa que “apanhou” em 1991/92 e 1992/93 no balneário do Benfica como era?
—O Rui Costa é que apanhou comigo, ainda levou uns calduços. Era um bom miúdo, um excelente jogador e teve uma carreira brilhante. Merece
estar a viver estes momentos, tem tudo a ver com ele e fico muito contente por ele. Era da minha lide pessoal no Benfica, vivemos várias coisas mas não podem ser partilhadas. Eu até posso achar piada, mas poderia estar a prejudicálo e isso não quero fazer.
“Estará a viver à Rui Costa, um desportista, um benfiquista, que foge ao “protocolo” que alguns presidentes ainda têm”
Têm sido vistos muitos antigos jogadores nos jogos na Luz, como vê essa situação?
—Quem começou a promover o regresso de antigos jogadores ao estádio foi Luís Filipe Vieira, mas ficavam noutras zonas. Com Rui Costa ficam no camarote presidencial. É um ato muito inteligente do Rui, porque sabe que está na linha da frente e todos os que estão atrás são da equipa dele, gostam dele, têm respeito por ele e ele sente-se mais protegido. E se alguém tiver de fazer asneiras que sejamos nós lá atrás e não ele. Se eu estivesse lá no último jogo com o Braga e se visse aquilo que o presidente do Braga fez garanto que um de nós não ficava lá mais tempo. Foi uma falta de respeito. Eu recusava-me a ver um jogo do meu clube num espaço nobre do estádio ao lado de uma pessoa que faz um gesto daqueles. Era ou ele ou eu. Este sou eu, com o meu feitiozinho [risos], que explica a minha ausência do futebol.
“Eu recusavame a ver um jogo do meu clube num espaço nobre do estádio ao lado de uma pessoa que faz um gesto daqueles [presidente do Braga]. Era ou ele ou eu”
Pacheco Antigo jogador do Benfica