“Este é um período de reflexão”
Atualmente sem clube, depois de ter saído do Marítimo no início da época, o treinador, de 39 anos, já rebeceu convites, mas entendeu que não era o momento certo para os aceitar.
Foi no princípio de setembro, após um início só com derrotas nas cinco primeiras jornadas, que Vasco Seabra deixou o Marítimo, clube que lhe proporcionou “uma experiência fantástica” e pelo qual torce para que “se mantenha na I Liga.” Desde então à espera de projetos, o treinador, de 39 anos, assume a O JOGO que está a atravessar “um período de reflexão” e já recusou algumas propostas, por considerar que não era o momento adequado para abraçar esses desafios.
Deixou o Marítimo no princípio de setembro. O que tem feito desde então?
—Este é um período de reflexão, no qual estou a aproveitar para ver muitas equipas e jogadores. Já consegui estar no Brasil, em Inglaterra e até final da época gostava de ver mais situações na Europa, para fazer mais alguns estágios.
Recebeu propostas durante este período?
—Sim, já surgiu a hipótese de treinar no Brasil, mas, por uma ou outra razão, considerei que não era o momento oportuno. É um país em que gostava de trabalhar, não só pela língua mas também pelo perfil de jogador com jogo refinado. Houve também uma da Europa, outra da América Central e também hipóteses concretas de clubes da I Liga.
Essas hipóteses da I Liga foram Paços de Ferreira e Santa Clara?
—Por uma questão de ética profissional, prefiro não mencionar os clubes.
A sua última experiência foi no Marítimo. Que balanço faz?
—Foi uma experiência fantástica. O Marítimo é um grande clube, tem uma massaadeptafenomenal e a ilha da Madeira é extraordinária. No momento em que chegáToti Gomes pode vir a ser uma das surpresas na próxima convocatória da Seleção Nacional. Em entrevista recente, o selecionador Roberto Martínez disse que o defesa do Wolverhampton estava num leque de jogadores que fazia parte do “presente e futuro” da equipa das quinas. Estas declarações enchem de orgulho Vasco Seabra, que trabalhou com o central nos sub-23 do Estoril. “É um supermiúdo e também muito humilde, que só começou a jogar futebol aos 16 anos. Tem vindo a preparar-se para a Seleção Nacional”, elogia.
“Toti tem vindo a preparar-se para a Seleção Nacional”
mos, o clube estava em penúltimo e fizemos 31 pontos em 23 jogos. Terminámos em décimo lugar. Infelizmente, o início desta época não foi o melhor.
O que correu mal no início de época?
—Há sempre diversos fatores. A verdade é que houve alguma turbulência entre o clube e a SAD, tanto que administração da SAD foi afastada a seguir à minha saída. Essa turbulência acabou por atrasar algumas situações. A maioria dos reforços só entraram nos últimos 15 dias de mercado, o que não permitiu que houvesse estabilidade. Até começámos a planear a época em abril, mas as negociações não foram fáceis e muitos jogadores acabaram por adiar as decisões. Depois, não estávamos à espera da saída do Paulo Víctor, que recebeu uma proposta irrecusável da Arábia Saudita.
Vasco Seabra deixou o Marítimo no princípio de setembro, após um início de época com cinco derrotas
“Marítimo? Houve alguma turbulência entre o clube e a SAD, o que acabou por atrasar algumas situações”
“Já surgiu a hipótese de treinar no Brasil, mas, por uma ou outra razão, considerei que não era o momento oportuno”
“Jota mantém a mesma humildade do menino que conheci no Paços de Ferreira quando ele tinha 16 anos”
Como viu as declarações do seu sucessor, João Henriques, segundo o qual a equipa não estava bem preparada fisicamente?
— Essas declarações passaram-me ao lado. Antes de aceitarmos um projeto, vemos os jogos e avaliamos os problemas no sentido encontrar soluções. Mas, por vezes, as pessoasrecebemdadosincorretos e falam daquilo que não sabem. É natural que um jogador que venha de lesão ou um reforço que chegou na semana anterior não estivesse capaz de jogar.